Nada fácil: na brilhante conquista do tetracampeonato brasileiro em 2012, o Grêmio foi um dos poucos times que não vencemos.

Time grande, habituado à competição, um senhor adversário, mesmo desarrumado temporariamente pela eterna megalomania de Luxemburgo – ele mesmo, à beira da vitória centenária em 1995 segundos antes de Renato e Aílton montarem o maior consórcio do gol de todos os tempos.

Apesar de ser o mandante e contar com sua maravilhosa massa de maníacos nas arquibancadas, o Fluminense precisará usar a cabeça para vencer esse triunfo.

Primeiro: importante é vencer mesmo que a atuação não seja das mais prodigiosas. Com seis pontos na competição e deixando o Grêmio zerado, o Flu dá um arranque enorme para os quatro jogos restantes.

Segundo: como os gaúchos não vão poder jogar muito fechados e recuados, pois precisam da vitória a todo custo, a paciência do time em campo e da torcida nas arquibancadas é fundamental. Saber a hora certa de encaixar um contra-ataque, de imprimir velocidade, de virar o jogo. Movimentar com astúcia as peças do tabuleiro.

Terceiro: mesmo com a necessidade de vitória acima mencionada, o Grêmio também não vai poder se lançar todo ao ataque o tempo inteiro – enfrentando um adversário com Deco, Fred e Nem, isso seria loucura. Não é difícil supor que seja uma partida truncada e disputada entre intermediárias, o que exige calma e paciência.

Na Libertadores, cada jogo vale um turno inteiro de uma outra competição. É preciso estar atento, mesmo nessa primeira fase com seis partidas.

A largada inicial já demos com sobras na Venezuela, mas o Huachipato mostrou que não veio jogar a passeio; portanto, são três times brigando por duas vagas, e nós temos ligeiríssima vantagem sobre o terceiro colocado.

Assim sendo, inteligência acima de tudo. Tranquilidade. Saber a hora certa de matar o jogo, mesmo que seja em sua fase final.

Vaias e reclamações histéricas precipitadas não são bem-vindas nem intelectualmente razoáveis.

Noite de dar crédito a Abelão e sua trupe. Com tudo o que têm feito, eles merecem e muito.

Um a zero logo mais para nós é uma goleada retumbante e precisa.

E é só.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

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