Ultraje tricolor (por Paulo Rocha)

Parecia que eu estava adivinhando. Na tarde de sábado, após recorrentes problemas com o programa Sócio Futebol (desta vez em função da troca de plataforma), eu, muito aporrinhado, cancelei meu título e o do meu filho também. Caso não tivesse feito naquele momento, o faria no dia seguinte: a atuação ridícula diante do Ceará – que ficou com um homem a menos desde os 28 minutos do primeiro tempo – foi uma ofensa a todos os torcedores do Fluminense.

Que falta de inspiração, de raça, de organização… de tudo. Se na derrota para o Santos o time ainda exibiu um pouquinho de vontade, nem isso houve no Castelão. As substituições seguiram o mesmo critério: ridículas. Aliás, de quanto tempo necessitará o Marcão para concluir que Caio Paulista não está jogando absolutamente nada?

Como coloco em primeiro lugar a instituição em detrimento dos homens que a dirigem, levei tempo para esgotar minha paciência com a atual diretoria. Achava que a negociação das dívidas, os salários em dia, os melhoramentos estruturais compensavam. Só que não. Queremos um time de futebol à altura da nossa história. Que nos dê orgulho e esperança. Não vergonha e tristeza.

Ainda bem que já atingimos uma pontuação que nos livrará de passar sufoco nas rodadas finais do Brasileirão. Muita coisa precisa ser mudada para o ano que vem. Técnico, jogadores, forma de gerir o futebol. Profissionalismo é o mínimo que exigimos. Está muito difícil acreditar em qualquer tipo de projeto tendo à frente essas pessoas que lá estão.

Sábado, no Maracanã, creio até que venceremos o Sport. Mas garanto que isso não será suficiente para fazer a torcida tricolor acreditar que, com essas pessoas que estão aí, dentro e fora de campo, o Fluminense chegará a algum lugar. Ah, e que ninguém venha pedir para a galera não vaiar os jogadores. Seria passar mais um atestado de total incompetência.