Oi, pessoal. Sobretudo, essa semana, me permite um longo parêntese…
Entendi ser melhor, mais respeitoso, não escrever sobre a maior tragédia do futebol brasileiro já que estamos cansados da exploração pela mídia de nossas misérias, dores, infortúnios.
Estava decidida: não ousaria usar a nossa comoção para ganhar “likes” nem “visitações” que costumam estimular o trabalho de blogueiros, que no meu caso, insignificante, por simples ego, já que escrevo sem ganhos financeiros.
Ah, nosso ego de cada dia. Ah, nossos recalques e frustrações. Ah, nossas insatisfações e queixas. Que vazio vocês possuem! Ah, sentimentos que nos tornam tão desprezíveis e indignos, calem-se todos vocês.
Iria me calar. Devo me calar. Me calarei. Apenas porque vi os entes queridos que ficam, depondo sobre suas dores, resolvi fazer um adento. Lembrei de minha euforia em 8 de dezembro de 2011 pela chance de conhecer a pátria de William Shakespeare, The Beatles e dos Rolling Stones, despedindo com um “até a volta”, um “até LOGO” de minha mãe com saudade de olhar eufórico, sem imaginar que, no dia seguinte, perderia seu colo materno, amigo, transparente, protetor, por conta de um criminoso que tentou assaltá-la na mesma porta de nossa casa e a matou.
De súbito, a notícia da perda inesperada. E por ter recebido tanto conforto de todos, muitos, inúmeros, me sinto mal pela impotência de não fazer o mesmo por cada lar deles, mas com o dever do registro repleto de compreensão, embora sejam dores incomparáveis, embora sejam dores compreensíveis.
O afeto de todos banhará nossos dias de conforto e paz. O doído é que logo a vida não para e todos seguirão suas vidas, como deve ser.
Logo a dor será só nossa. Olharemos o mundo estupefatos como no dia da perda e questionaremos: como assim todos seguiram adiante apesar da nossa dor?
Dor que aumenta porque, no início tudo é inacreditável, é surreal, como se não existisse. Quando a ficha cai e não temos mais o “mimo” de todos, que precisam voltar para a luta do dia-a-dia, descobrimos que nossos amores não mais voltarão.
Não mais veremos nosso amor atravessar a porta. Não mais ouviremos sua voz. Não mais encostaremos nosso rosto em seus colos e sentiremos protegidos, amando e amados. Não mais apenas até a nossa hora, porque a vida real é espiritual, é lá.
Até o reencontro, saudade e agradecimento pelos anos que os tivemos ao nosso lado e em nossas vidas até o nosso reencontro. Que virá!
Até lá, por aqui, irão ouvir muito que “só o tempo curará”. É mentira. Nunca curará. O tempo apenas nos abandonará sem a solidariedade momentânea que recebemos, natural, porque a vida tem que continuar para todos, sem trazer quem desencarnou de volta aos nossos olhos e companhia e apoio.
Ainda assim, me ensinaram a agradecer os 35 anos que tive minha mãe. Ainda assim, respiro com gratidão pela certeza da imortalidade da alma e do reencontro. É certo. Não afirmo isso apenas por crer, mas por saber que será assim. Até lá, segue o jogo.
FLUMINENSE, ELEIÇÕES E ABAD:
A administração Peter Siemsen chega ao seu melancólico fim. Há nove (NOVE!) jogos sem vencer, nem seu bom trabalho financeiro e administrativo reluz diante da desfaçatez de tratar o futebol como uma espécie de sociedade secreta, onde ele e meia dúzia controlam, distanciando-se do torcedor.
Ainda não sei, e é provável que jamais saiba, se seu árduo trabalho de apequenar o Fluminense foi proposital com vistas em tornar o clube só uma instituição com credibilidade de mercado, tendo Xerém como base e vitrine em total detrimento ao time principal, sua qualidade de performance e resultados do campo, ou se foi realmente por não saber patavina de futebol, o que o levou a seguir cegamente o cego scout, que, recentemente, mostrou a todos nós sua deficiência quando, de maneira equivocada, filiou a presença de três volantes a boas atuações e vitórias, o que nos jogos não se viu.
Peter foi péssimo para o Tricolor no futebol. Pior do que ele, só a oposição. Foram as figuras de Mário Bittencourt e do Dr. Celso Barros incapazes opositores. Por razões distintas, claro.
Mário se preparou para a eleição desde que assumiu como vice de futebol. Após aparição notória no final de 2013, seu perfil combativo de oratória desenvolta o alçou a candidato. Candidato do Peter. A ruptura o levou à oposição, mesmo com o respaldo do Ricardo Tenório e campanha muito bem feita, há que se dizer.
Acredito que seus erros como VP e, ironicamente, uma das suas qualidades, o tom contundente, pesaram contra ele diante da fidalguia do vencedor. Fosse o oponente um outro combativo e Mário poderia ter levado vantagem.
Celso Barros é um homem que sempre iremos olhar com gratidão. Dr. Celso, mesmo de forma maluca, foi um parceirão, sim. Só que os últimos três anos de sua administração levaram a Unimed à bancarrota, olhamos para ele com medo, com receio que se repetisse no clube.
Também pesou contra Celso a saída súbita e mal feita, com finalidade de ferrar a diretoria, ferrando o Fluminense, para seu retorno triunfante como “Salvador da Pátria” e da lavoura. Pegou tão mal, ficou tão subentendido, que rachou a relação com a torcida.
Resultado? Deu o candidato da situação na cabeça com a vitória mais expressiva da nossa história. Pedro Abad ganhou usando a fidalguia, com paz e harmonia, brilhando com o sol do entardecer do último sábado, graças a dois fatores determinantes a meu ver:
1 – O tiro no pé da oposição, ao soltar áudios e e-mails dele criticando Peter, facilitando a necessidade fundamental que Abad tinha de mostrar que não era como Peter, se descolando do terrível trabalho no futebol e esse momento revoltante, assombroso.
2 – A união com os grupos 2050 e MR21, que decidiram apoiá-lo por exclusão, já que tinham a chance de ganhar o crachá para participar das decisões do clube, mas não se identificavam com o perfil do Mário nem do Dr. Celso, mais narcisistas. A união com a chapa do Cacá Cardoso e Diogo Bueno, que tem um naipe de ases da história do Fluminense como o Braguinha, decidiu a eleição para o Abad.
O novo presidente tricolor levou essa na categoria. Sua melhor vantagem foi ser sóbrio sem parecer bobo, sem titubear. Sua maior vantagem foi não ser nem Peter, nem Mário, nem Dr. Celso.
Ao novo presidente tricolor, meus mais esfuziantes desejo de sucesso, “para nossa alegria”! Continuarei apoiando com cobrança e cobrando com apoio. É minha linha editorial, risos. Jamais serei uma blogueira que só cobra ou só apoia. Afinal, nada disso tem importância, eu não tenho importância porque o que importa plenamente é ver o estandarte verde, branco e grená da paixão retumbante de glórias.
TOQUES RÁPIDOS
– Primeiro apoio: escolheria também o Roger Machado. Ele é excelente nome pela identificação, pela juventude e, principalmente, por gostar de um futebol bem jogado. Rezando para que ele venha logo. Caso não, tentaria o Fernando Diniz, ex-jogador nosso também, que sabe trabalhar e revelar garotos. Mas Diniz precisaria de um para raio, quem sabe na coordenação técnica.
– Primeira cobrança: Nosso novo presidente falou muito na reestruturação no departamento de futebol. Quer dar um choque de modernidade só com profissionais. Parece lógico, mas não é fácil o caminho nem para o centro de excelência em performance, menos ainda para o centro de inteligência de mercado.
Temos uma defasagem grave em nosso futebol. Normalmente, os que sabem mexer em banco de dados e tecnologia não são boleiros. Isso prejudica na hora de avaliar o jogador, fazer o MAIA (mapeamento de atuações individuais do atleta) só através dos números, já que se pode perder jogadores com potencial, técnica e talento por estarem atuando aquém, por “n” razões, falta de confiança, pressão, atuar fora da posição. Aí entram os boleiros. Um profissional que complementaria o primeiro.
Só assim construiríamos um scout de bom nível para se trabalhar. Que não vemos nem temos hoje.
Não adiantará encher o clube de Steves Jobs do Football Manager. Tô de olho.
– Atenção senhores passageiros da barca do laranjal, apresentem-se para zarpar. Atenção passageiros que vieram de Xerém, os senhores serão os únicos a ficar. Fora, time de frouxos!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @CrysBrunoFlu
Imagem: bruc
Disse tudo: TIME DE FROUXOS!!!!!!
Quem vier tem que promover uma faxina geral! Sangue de barata!
Impressionante a capacidade de ficar tocando bolinhas na defesa, independente do placar, com alguns malas que só sabem passar a bola para o companheiro de traz….
Duro…
A “Sapeca o Nense” sofreu um golpe que ninguem merece.
Viva o futebol, viva o esporte! Uma lição contra o ódio.
Contamos com vc, para “aplaudir e vaiar”.
E tem razão, a verdadeira vida é espiritual!!!
ST
Participei da sua dor Crys e ajudei da melhor maneira que pude , dentro das minhas limitações.
Essa da Chape causou uma comoção nacional e internacional. Um grupos de jovens jogadores querendo alcançar um sonho de conquistar a América pelo futebol acabou conquistando a todos pela tragédia e pela dor, provando que a Vida é passageira.
Muitos preferem viver, com empáfia, com arrogância achando que são os reis da cocada branca e preta. Mal sabem que a vida é curta e os sete palmos os esperam.
Vc, queridão, foi um dos abraços que mais conforto trouxe a mim. Ganhei ainda um amigo, como Léo tb. Inesquecíveis.