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Amigos, amigas, antes do jogo de hoje eu dizia que a única coisa que importava era o desempenho do time em campo. Não havia mais desculpas, já que tínhamos incorporadas todas as peças do setor ofensivo.
O início de jogo deu uma falsa impressão, com o Botafogo abafando nossa saída de bola e até mandando uma bola no travessão. Enquanto isso, o Fluminense se atrapalhava todo na saída de bola, inclusive abusando do preciosismo nos passes.
No primeiro lance em que o Botafogo não conseguiu encaixar a marcação, o Fluminense fez ótima transição e abriu o placar com golaço de Nenê. Na sequência, Evanilson roubou a bola e foi derrubado na área, mas o Wagner, aquele do Fla-Flu decisivo de 2017, ignorou o pênalti.
O Fluminense conseguiu furar a primeira linha de marcação do Botafogo mais uma vez e Wellington rolou para Nenê fazer outro belo gol.
Aqui nós temos que fazer uma pausa. Primeiro para Nenê, porque a melhor exibição do Fluminense na temporada foi contra o Bangu, quando Nenê não jogou e Miguel foi o construtor no meio de campo.
Pela lógica, se Odair queria jogar com três atacantes e um meia por trás, esse homem seria o Miguel e não o Nenê. Não que eu achasse que o Nenê não deveria jogar. Jogaria, na minha visão, no lugar do Wellington, que fez a missão que, na minha opinião, seria do Miguel.
Wellington atuou como quarto homem do meio de campo, fazendo dupla com Gilberto pelo lado direito. E o Gilberto jogou uma partida de almanaque do princípio ao fim. Impecável na marcação, roubando bolas a rodo, deu assistência para o primeiro gol e deu uma assistência de cinema para Evanilson, depois de um chapéu espetacular no marcador.
Vai ser difícil falar de todo mundo individualmente, mas vamos tentar. O que impressiona no Nenê é a capacidade de evoluir como jogador aos 38 anos, ao ponto de potencializar sua melhor característica, que é a finalização.
Nenê fez mais que isso. Acelerando suas ações, foi capaz de ser o organizador do meio de campo, mas sem precisar correr, que é a característica dos grandes organizadores de jogo. Ainda chegou para finalizar e marcou dois gols.
O trabalho de Nenê, artilheiro do campeonato, é para aplaudir de pé, mas, a essa altura, já não chega a ser surpreendente. Surpreendente foi o Wellington quebrar a banca com uma grande atuação. Espero que não repita 2017, quando começou de forma avassaladora e se apagou ao longo da temporada.
Já o Marcos Paulo, esse brincou de jogar bola, mostrando o futebol de craque que a gente espera. Henrique fez sua melhor partida, apesar de ter dado uma assistência para o ataque do Botafogo. Foi participativo e deu volume ao meio de campo, característica que faz parte do seu currículo.
Eu não vou falar de todos, porque todo mundo jogou bem, mas chamou atenção o apetite do Caio Paulista, que, na segunda metade do primeiro tempo, foi quem mais incomodou a defesa do Botafogo, quando o Fluminense já adotava uma postura meio blasé em campo.
O Fluminense de hoje lembrou o da goleada sobre o Bangu. Foi mortífero, organizado e inteligente. Era tudo que eu, particularmente, queria, para solicitar, gentilmente, que todos os amigos e amigas comprem ingressos para o Fla-Flu de quarta-feira.
Por uma questão de bom gosto e investimento na qualidade do espetáculo, é de se esperar que nossa torcida no mínimo divida o estádio com os café com leite.
É só pensar que o nosso setor meio ofensivo tinha no banco Ganso, Miguel, Araujo e Pacheco. Não foi por mero otimismo que eu escrevi por aqui que temos que ter ambição de conquistar o Campeonato Brasileiro.
O problema eram os laterais e volantes, mas Gilberto acabou com o jogo hoje e Egídio teve atuação absolutamente correta. Yuri foi bem e Henrique surpreendeu. Aliás, surpreendeu sendo Henrique, que há dois anos atrás era sonho de consumo de qualquer torcida do Brasil.
Amigas, amigos, o jogo de hoje é muito grande para ser analisado, porque há muitas variáveis sobre a mesa. O mais importante é que Odair escalou o Fluminense dentro de um modelo de jogo que funcionou. Além disso, o time se portou muito bem taticamente, fazendo a transição com a bola no chão e se adaptando bem a cada momento do jogo.
Falando em transição, parece que o legado do Diniz é irremovível do Fluminense, mesmo com tantas peças modificadas. O Botafogo tentou pressionar, fez fumaça, mas depois do segundo gol entrou em pane, porque cada vez que passávamos pela primeira linha de marcação era um Deus nos acuda.
Acovardado, foi jogar no contra-ataque e ainda levou o terceiro. Poderia ter sido bem pior se o Fluminense tivesse mantido o ritmo na segunda etapa.
É isso! Odair montou um time que funciona. Pode melhorar? Muito! Por ora, vamos lotar o Maracanã contra os café com leite e fazê-los tremer, sentir a força do adversário mais temido de suas vidas.
Desculpem se a análise fica meio pela metade. É que, como já disse, o jogo de hoje foi muito grande, mas o Flu de Odair cumpriu sua missão, que foi mostrar que tem qualidade para aspirar uma temporada memorável.
Por enquanto é só. Quarta-feira, 40 mil tricolores no Maraca. Vivos, moribundos ou mortos, naquela toada de amor que eles temem mais que o próprio inferno.
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @MauroJacome
#credibilidade