Pensando em “reforços” quando a Terra parou (por Paulo-Roberto Andel)

Aproveitando que o mundo ficou estático depois da queda de Facebook, Instagram e WhatsApp, resolvi gastar algumas horas pesquisando sobre o Fluminense. Estava impossível trabalhar, então aproveitei a situação.

Por um lado, a queda dos aplicativos foi péssima. Agora, por outro, ficar horas sem fake news tricolores por uma tarde foi também um alívio.

Sem gente querendo aparecer, anônimos caçando likes e por aí vai.

Voltando à pesquisa recente, espiando os elencos das últimas cinco temporadas (para que ninguém pense que é perseguição com o pobre presidente) e destacando alguns nomes. Não necessariamente os jogadores abaixo listados foram contratados na temporada listada, mas sim pertenciam ao elenco tricolor (grrrrr!):

2017: Pierre, Wellington Silva, Robinho e Romarinho.

2018: De Amores, Leo, Jadson, Robinho, João Carlos, Bryan Cabezas, Júnior Dutra, Kayke e Everaldo;

2019: Rodolfo, Agenor, Muriel, Paulo Ricardo, Nathan Ribeiro, Bruno Silva, Zé Ricardo, Wellington Nem, Luis Felipe;

2020: Orinho, Henrique, Hudson, Egídio, Felippe Cardoso, Lucca;

2021: Samuel Xavier, David Braz, Wellington, Casares, Manoel, Bobadilla, Abel Hernandez;

São 36 jogadores neste rol. Vamos descontar o Henrique 2020 porque ele ficou um mês e se mandou. Ficamos com 35.

Vamos estimar que cada reforço desses tenha custado em média R$ 100.000,00 mensais para o clube, ficando no máximo uma temporada (é só uma estimativa, sabemos que não foi o caso real). Não, tá pesado: vamos botar R$ 80.000,00 por cabeça, isso somando o custo total, taxa empresarial etc. É claro que se trata de um valor quase irrisório para o futebol.

80.000,00 x 12 meses x 35 = R$ 33.600.000,00.

Por baixo, por baixo, muito por baixo o Fluminense jogou fora algo em torno de 6,7 milhões por temporada, apenas com salário, baixo retorno esportivo e praticamente zero retorno financeiro. Isso, claro, se os jogadores da lista receberam integralmente o devido, porque se não foi o caso a conta aumentará com futuros acordos judiciais…

Se esse valor fosse poupado, talvez pudéssemos segurar alguma joia da base rifada precocemente? Sim.

Apesar da crise no futebol brasileiro, é verdadeiro dizer que o Fluminense não dispõe de recursos financeiros? Não.

Dinheiro houve. Faltou planejamento, desde antes da atual gestão e com ela também.

Essa média de 6,7 milhões por ano talvez seja a diferença de degrau para um time que, apesar da eventual vaga na Libertadores, será novamente figurante no Brasileirão 2021.

Em tempo: as estimativas salariais acima são muito baixas, sabemos que os valores são bem maiores.

As redes sociais estão de volta, as fake news estão a mil, picocelebridades e chapas-brancas estão em frenesi. Voltou tudo ao normal.

Amanhã tem Flu x Fortaleza. Seguimos torcendo como sempre. A torcida está de volta, ao menos a que pode pagar.

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