Ano: 1994. Idade: 32.
Época em que o brasileiro já olhava a Seleção de modo diferente. Entre vários fatores, destaco: o grande número de jogadores que atuavam fora do Brasil e o fim do orgulho de ver um jogador do time na Seleção, a excessiva exploração comercial, a substituição do futebol-diversão pelo futebol-competição e todo o corolário desta mudança. Também, o esgotamento de um nacionalismo que nunca foi lá essas coisas.
No entanto, o massacre que parte da imprensa impunha ao time e à comissão técnica de Parreira me despertou certa compaixão. Não gosto quando se cria um contexto hostil por questões de bairrismo – era o caso – ou por algum tipo de segmentação filosófica qualquer.
Como compaixão não é convicção, eu torci por aquela Seleção de forma um pouco distante. Se ganhasse ótimo, calaria a boca de muita gente; se não, tudo bem. O engraçado é que ganhou e, mesmo assim, não calou. Vejo muita gente desmerecer aquele título. Não concordo com essa posição. Título é título. Tem seus méritos.
Por causa de muitas dessas coisas, fui para a rua. Não eram mais aquelas estreitas de uma cidade do interior. Era a exuberante Esplanada. Não era mais a criança da década de 70. Não estava mais no banco de trás do carro de meu pai. Eu conduzia o carro e minhas crianças eram quem estava no banco de trás.
De 1998 para cá, passei a dar pouca, ou quase nenhuma, atenção à Seleção Brasileira. Perdi de vez o interesse. Amistosos? Passaram batidos. Assistia às Copas, mas mais pelo futebol em si do que em função de Brasil. Em alguns momentos, torci contra. Curto e groso: torci contra.
Agora, com a Copa no Brasil, despertou-me um sentimento interessante. Vi no evento a grande chance de que o futebol pudesse ser alavancado. Não vi mudanças efetivas, apenas, algumas movimentações tímidas. Ainda há tempo.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @MauroJacome
Revisão preliminar: Rosa Jácome
Foto: Lancenet
Mauro, a seleção já teve muita importância em minha vida. Se vencermos, ok.
Agora, se perdermos, estará tudo do mesmo jeito. Não é como era
antigamente, na minha infância e adolescência. Não, mesmo!
A última vez, que me lembro de ter torcido com entusiasmo
pela seleção, foi na copa da Ásia. Alguns fatores aconteceram, pra
que eu ficasse assim.
ST