Tricolores de sangue grená, após mais uma semana terrível, com um ponto conseguido em seis disputados, não teve jeito e caímos na vala maldita do Z4. Estamos pendurados na borda, tentando achar um golzinho ou outro para conseguirmos subir novamente para terra firme e, consequentemente, empurrar um dos rivais pela sobrevivência para uma queda talvez sem precedentes. O discurso é velho e requentado: precisamos ganhar. Mas como fazê-lo sem converter em gols as oportunidades que criamos? O time não esteve “mal” nem contra o Ceará, nem contra o Vasco. No Castelão, o Ceará apostou nos contra-ataques contra o Flu e se deu bem no primeiro tempo (em mais uma falha de Digão) e no finalzinho do segundo tempo matou o jogo, com gol do Matheus Gonçalves, que não fez porra nenhuma atuando no Flu, em outro combate mal dado de Digão, devido ao corredor deixado por – adivinhem – Gilberto. Assim, mesmo que o Flu tenha imprensado o Ceará num ataque contra defesa quase o segundo tempo inteiro, não adiantou nada, porque o gol não saiu.
Se no meio de semana merecíamos ao menos o empate, neste sábado o mais justo seria termos vencido o Vasco, sem sombra de dúvidas. A equipe de São Januário assustou apenas em lances esporádicos e no finalzinho da partida, quando teve mais posse de bola e aproveitou o cansaço coletivo/desmonte tático do Fluminense. Mais uma vez, foi ataque contra defesa, só que dessa vez no jogo inteiro. Criamos inúmeras jogadas, e tivemos algumas chances de gol efetivas. Mas, seja por falta de sorte, capacidade do goleiro adversário ou incompetência na hora de finalizar, a redonda não quis entrar. E, é claro, como sabemos que a bola não entra (ou deixa de entrar) por acaso, ao menos não por tanto tempo, olhamos para o banco e vemos um interino ainda sendo mantido na condição de técnico, olhamos para o campo e vemos Digão (que não foi mal contra o Vasco, uma exceção), Gilberto (que só não deveria ser reserva porque Julião se machucou) e Nenê (em fase terrível) ainda jogando; e olhamos para a diretoria e vemos Mário e Celso discordando sobre manter Marcão e tentar Cuca ou Odair.
A teimosia parece mesmo ser generalizada. Ao insistir com o que não dá certo, Marcão e Mário lentamente condenam o Fluminense ao abismo. Contra o Ceará, Marcão escalou mal, modificou o time no segundo tempo (o que o melhorou) mas manteve as peças nulas de sempre em campo. Contra o Vasco, iniciou com o time do segundo tempo contra o Ceará, mas insistindo, seja por convicção (caso de Digão) ou falta de opções (caso de Gilberto) com jogadores que não estão performando. Nesse jogo estava clara a má atuação de Yony, outro que precisa ser questionado – ele estava fazendo pivô. Sabemos que isso não é a dele. Por que não voltar com João Pedro no segundo tempo no lugar do Yony? Ele ainda teve a chance de pôr um centroavante quando Gilberto se machucou. Bastaria puxar o Yony para fazer a lateral e enfiar o Pablo Dyego entre os zagueiros (ou o próprio João Pedro). Poderia também ter colocado o time mais ofensivo quando Yuri se machucou, já que precisávamos ganhar o jogo. E, no fim, Nenê voltou ao time. Suas limitações no comando do time persistem, e Mário parece endossar isso.
O campeonato está acabando e, agora, restam apenas oito partidas. Continuo sem entender por onde anda Miguel, por que ainda não subiram Evanílson (e por que está complicado renovar com ele) e qual é a dificuldade de subir um lateral-direito da base para fazer sombra ao Gilberto e, quem sabe, substituí-lo. Não se enganem com Digão: foi bem nesse jogo, mas o Vasco também não jogou nada. Se não for barrado, vai continuar entregando a paçoca futuramente. Nossos próximos dois compromissos são fora de casa, contra São Paulo na quinta e Internacional no próximo domingo. Dois empates nos dariam pontos preciosos, pois é difícil acreditar em vitórias (se elas vierem, ou uma delas vier, seria um milagre). Já que Marcão parece, ao menos em parte, ouvir a torcida (embora a conta-gotas), vou deixar aqui minha escalação contra São Paulo e Inter, no caso de ele gostar de ler minha coluna: Muriel, (insira um lateral-direito aqui), Nino, Luccas Claro e Caio Henrique; Yuri (ou Airton), Allan, Daniel e Ganso (ou Miguel); Marcos Paulo e João Pedro (ou Evanílson). Vamos brigar e torcer, porque ainda não acabou.
Curtas:
– Segundo notícia veiculada por vários sites esportivos, o Cruzeiro está na iminência de perder seis pontos no Campeonato Brasileiro devido à sua própria incompetência administrativa. Que fique registrado aqui para a posteridade, para que depois não tenhamos que ouvir gracinhas sobre o Fluminense ter algo a ver com isso. E que sirva de lição também ao Flu para que não caia no mesmo erro.
– Guia do secador para as próximas duas rodadas do Brasileirão: 31ª rodada – Corinthians x Fortaleza (Corinthians); Atlético-MG x Goiás (Goiás); Athletico-PR x Cruzeiro (Athletico); Ceará x Internacional (Inter); Botafogo x Flamengo (empate); Grêmio x CSA (Grêmio); 32ª rodada – Cruzeiro x Atlético-MG (empate); Fortaleza x Ceará (empate); CSA x Vasco (empate); Botafogo x Avaí (Avaí).
– Raramente falo sobre quem me acompanha aos jogos do Flu aqui, mas quero exaltar os membros do que a gente chama de “trio arquibancada raiz”, Beto Senra, meu irmão, e Derckson Gonçalves, amigo tricolor de longa data. Estamos sempre juntos sofrendo e torcendo pelo Flu. Contra o Vasco, tivemos a presença ilustre de Diego Cordoville, também amigo tricolor de longa data. Deixo meu abraço carinhoso aos três.
– Essa rodada foi generosa conosco. Não apenas o Ceará perdeu, mas Fortaleza e Atlético-MG somaram apenas um ponto cada, o CSA perdeu, o Botafogo perdeu e o Cruzeiro empatou em casa. Com isso, estamos a dois pontos de Ceará, Cruzeiro e Botafogo, que enfrentam Inter (no G7), Athletico-PR (no G6) e Flamengo (clássico) respectivamente. Se aprontarmos pra cima dos paulistas, talvez dê até pra sair da zona na próxima rodada.
– Palpite para o jogo de quinta-feira: São Paulo 0 x 0 Fluminense.
Fluminense x São Paulo deve ser um jogo muito interessante. O São Paulo treinado pelo nosso ex-treinador contra o nosso time, com ambos os times buscando o maior tempo possível com a bola e valorizando o toque, antes da infiltração. Vamos torcer para o São Paulo ainda esteja na fase embrionária e toque muito a bola entre goleiro e zagueiros.
PS: A sua escalação seria a minha. O Marcão deu azar de o Julião se machucar, mas aí improvisava o Claro ou o Orinho ali, apenas com funções ofensivas…
Prezado Fernando,
Torço bastante para o Diniz “dinizar” na escalação e/ou substituições além do que você mencionou. Serão nossas melhores chances de arrancar uma improvável vitória no Morumbi.
ST!