NUNCA FOMOS TÃO TRICOLORES – DOWNLOAD GRATUITO.
Eu esperei um tempo, até escrever sobre a saída de Fernando Diniz.
Primeiro porque foi uma mistura de sentimentos.
Se por um lado era notório para mim e para boa parte dos tricolores que a demissão do treinador campeão da América era necessária, devido a péssima fase do time no Campeonato Brasileiro, por outro lado havia a dor de ver que um dos momentos mais lindos da história recente do Fluminense chegou ao fim.
A saída de Fernando Diniz coloca ponto final em um momento da história do clube que marcou muitos tricolores. E de diferentes formas. Seja aqueles que viveram de forma bem intensa essa fase, principalmente o pessoal mais assíduo no Maracanã, ou para o pessoal que é influencer de You Tube, que viu seus canais explodirem de audiência a cada pós jogo e nós mesmos do PANORAMA, com vários textos sobre esse período sensacional do Fluminense.
Porém, eu vou falar um pouco como foi para mim.
Os mais velhos podem falar que viu times melhores, e eu até acho que viram mesmo. Não é atoa que até os dias de hoje a Máquina Tricolor montada pelo Horta é exaltada nos fóruns tricolores e com todo merecimento. Eu não vi a Máquina. E nem quero aqui falar que o Fluminense de 2022 e 2023 era a segunda Máquina Tricolor, pelo amor de Deus seria um anacronismo e uma comparação que aqui não vale fazer.
E para que comparar?
O Fluminense de Fernando Diniz foi lindo do seu jeito e um jeito muito especial, como mesmo falou o agora ex-técnico tricolor em sua coletiva de despedida na última quarta feira (26).
Eu contarei aos meus descendentes que vi um time que não encantou só o Brasil, mas o Mundo. O Fluminense de Fernando Diniz foi inspiração para outros clubes no globo e não só clubes, mas para seleções também, como enfatiza bem o técnico da seleção húngara, Marco Rossi. Na Suécia, o Henrik Rydstrom desenvolveu um estilo de jogo que bebe muito do estilo de Fernando Diniz. Além das taças conquistadas, o Fluminense de Diniz foi a marca Fluminense exportada para o Mundo.
Particularmente eu vivi meus momentos mais bonitos no Maracanã nesse período de dois anos. Antepenúltima rodada do campeonato brasileiro de 2022, com o time já classificado para Libertadores, eu levei meu pai para ir ao estádio para ver um Fluminense e São Paulo. O ano de 2022 não foi um ano fácil para o meu pai. Além de ter tido Covid – e graças às vacinas que ele tomou foi algo bem leve -, o meu velho não teve um ano muito fácil, que aqui não cabe muito entrar em detalhes. Então, até para distrai-lo um pouco o levei ao Maracanã.
Era uma tarde de sábado, perfeito para ir ao estádio. O São Paulo saiu na frente do placar com um golaço do Luciano, mas no segundo tempo o que foi visto foi um massacre do verdadeiro Tricolor. Três gols de Germán Cano e uma atuação avassaladora do Fluminense de Fernando Diniz. Eu nunca sai tão feliz do Maracanã, nem na final da Taça Rio de 2018, quando ganhamos de 3 a 0 do Botafogo e eu tirei foto com vários jogadores do Flu.
Foi tudo perfeito! Estávamos no melhor lugar para se ver jogo no Maracanã, o setor Leste superior. E eu pude desfrutar com meu pai, a quem devo tudo e mais um pouco, a pessoa que me fez ser tricolor, e eu sempre falo para ele que essa sempre será a maior herança que ele pode me passar: uma atuação de cinema do Fluminense.
Vivi outros momentos épicos nesse período, como por exemplo o 7 a 0 sobre o Volta Redonda na semifinal do carioca. Mas foram vários. O 5 a 1 no River, 4 a 1 contra a dissidência, na final do carioca, a virada épica contra o Internacional no Beira Rio, o titulo da Libertadores, da Recopa… enfim, vários.
Mas nenhum será mais marcante que aquela tarde de sábado com meu pai.
E para Fernando Diniz, o meu muito obrigado! Sua genialidade misturada com muita loucura fez esse rapaz aqui muito feliz.
Queria que a despedida não fosse dessa forma, mas é aquilo nem tudo na vida é como queríamos.
Porém, sinto que nos encontraremos outra vez em outros carnavais.