Abstenho-me de opinar se foi ou não a saída do Ronaldinho Gaúcho, até porque o time já vinha entregando pontos para times do final da tabela. A birra da equipe estava bem mais para forçar a saída do Enderson, como aconteceu
Ele era grupo, humildade e dedicação. A cara do Fluminense. Um escudo de carne, osso e amor. Anulou e ajudou a anular em campo alguns dos melhores jogadores de seu tempo. E teve a chance de jogar ao lado de muitos deles na revolucionária Máquina do Doutor Horta
Não podia deixar de falar de Fred e sua liderança sobre a equipe e faro de matador. Não sei como tem gente que defenestra o cara. Para mim, já é o maior ídolo do Fluminense junto com Castilho, Telê e Romerito
Queria vê-lo feliz novamente, fazendo feliz a torcida tricolor e dando-se um final de carreira à altura da sua genialidade num clube digno, limpo, bonito como o Fluminense. Não será assim
Que tal a gente fazer ele acontecer? Se a gente encarnar o Careca, o Fred pode encarnar o Waldo. Se a gente encarnar o seu Armando, o Scarpa pode encarnar transmutar-se em Romerito, sugando seu talento e sua alma. Se a gente encarnar o Soró, Cavalieiri certamente será Castilho. Não vai partir deles, meus queridos, nunca partiu. Mas pode partir da gente
Ainda bagunçado dentro e (principalmente) fora de campo, o Fluminense tenta se reinventar. Mas… a prova de fogo está logo ali: três barras pesadas pelo caminho no Brasileiro 2015
Vá lá que o Goiás não tenha sido um adversário a impor muitas dificuldades ao Fluminense, mas depois de uma sequência tão negativa, os três pontos foram essenciais, sobretudo para recuperar o moral do grupo para afastar qualquer risco de rebaixamento no campeonato brasileiro
Que a lucidez prevaleça logo mais, no campo e nas arquibancadas. Com democracia, respeito ao contraditório e divergência. O Fluminense não pode ser teatro de ditaduras, sejam elas quais forem e vindas de quem quer que seja
“É melhor pensar depressa e escolher antes do fim”, diz a letra da mesma canção de Roberto Carlos. Ainda não é tarde, mas já passou da hora. Brigas, vaidades, arrogâncias, mandos e desmandos. Não importa nada disso agora, “seu orgulho não vale nada”
Depois disso, podem sair do clube, brigar, xingar, usar o instagram, falarem o que achar que devam. Mas antes disso, não. Antes disso, recuperem sua hombridade e façam o que deve ser feito por vocês: não rebaixem o Fluminense
Não me refiro ao que ele vai dizer disso tudo, mas ao que pensa mesmo. Seria necessário conhecê-lo mais para arriscar, pois à distância as informações são pouco confiáveis e contraditórias
É preciso enxergar mais longe para perceber que se há um Drubscky, é porque alguém o trouxe. Se há conflitos internos, é porque quem deveria controlá-los é pusilânime. Se há dívidas, é porque quem deveria zelar pela ordem financeira do clube não o faz
O Fluminense tem sido incompetente em campo e temos o direito de exigir melhorias, ninguém que ver o time se afundando cada vez mais, ninguém quer que 2013 ou outro ano negro qualquer se repita, mas temos o dever de saber os limites
Pouco importa quem será a solução travestida de treinador, pois não será uma solução. A menos que a diretoria assuma sua direção. A menos que os funcionários do clube que trabalham nas quatro linhas sejam cobrados e tratados como funcionários. Quem não rende não joga. A menos que quem mande tenha comando e respaldo
Eu quero aquela raça de 2009. Aquele sangue nos olhos, foco no objetivo. Um ano que não ganhamos nada, mas ganhamos tudo, e principalmente o temor dos adversários, algo que eu não via há muito tempo
Por falar em cabeças, já foi servida a do Enderson numa bandeja de prata. Sete rodadas sem vencer, sem vitória no segundo turno e caindo pela tabela, aproximando-se do Z4