Solidariedade política (por Alva Benigno)

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SOLIDARIEDADE POLÍTICA

Chiquinho Zanzibar anda deprimido com a prisão dos ex-gobernadores Sérgio KBrall e Anton. I. Garotim. Para ele são dois homens brancos de bem, honrados, perseguidos pelas malditas forças comunistas deste país. Chico considera as prisões injustas e exageradas. É muita perseguição em todos os lugares, até mesmo no Fluminense, onde seu candidato preferido tem respondido a muitos questionamentos sobre o troca-troca de razões sociais. Gente maldita que fica perseguindo a meritocracia dos outros, caralho!

Zanzi pretende recolher assinaturas de tricolores para um abaixo assinado, visando a libertação imediata dos dois presos. Para ele, os direitos humanos são para todos.

Não se pode deixar de se dizer da admiração profunda de Zanzi por Eduardo Cunha, ainda preso, e Alberto Youssef.

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FUNK DO ZANZIBAR NA MANHÃ DE SÁBADO

Esmeralda acordou irritadíssima com o barulho das mensagens do smartphone. Imediatamente, chamou nosso espírito de porco sujo para desligar o aparelho. Indignada, levantou-se, foi para o banho e saiu velozmente, talvez para uma sessão extra de malhação com Ébanus, seu novo personal trainer.

Ainda meio bêbado de sono e dos narcotics da sexta-feira à noite, Chiquinho Zanzibar foi verificar os recados. Horrorizou-se com um deles, onde escutou um funk que tratava de sua vida sexual, seus amores e pecadinhos na cama. Ficou aliviado, no entanto, quando o final da canção dizia que o lutador careca iria fazê-lo mulher. Não conseguiu identificar o autor nem o remetente. Parecia uma encomenda, cuja letra será publicada abaixo.

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ACORDO ENTRE DOIS PUTOS

Noutro áudio, Agnaldo Happybath revela toda a sua puteza com o novo cenário de chapas do clube, o que atrapalha profundamente seus futuros planos de poder. Chiquinho, claro, está irritadíssimo: embora inscrito numa candidatura, tem medo de perder seu lugar e seus levadinhos. E responde. Conversa vai, conversa vem, acontece a pergunta capital: “Quanto você quer para me apoiar?”

O velho ajeita sua cueca como se fosse um biquíni na bunda, alisa as melenas em acaju decadente e responde como se fosse realmente sensual: “Um cargo, três beninos da base e a volta da salinha do mal na sauna, retumbante, inesquecível”.

“Negócio fechado, parceiro. Te retorno na terça”.

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O DEBATE

Antes de meter a cara no fubá mimoso, Zanzibar compareceu ao debate dos candidatos promovido pelo sítio NetFloo. Logo ao chegar ao auditório das Faculdades Hélio Alonso, riu ao ver dois jovens homossexuais num beijo: ele pensou em encontros e bomances da juventude, enrustidos e escondidos.

Não estava nem aí para o que ia ser dito, mas entendeu que era um momento de ver e ser visto. Sempre com a necessidade incontrolável de aparecer, Zanzi era um deslumbramento só. Claro, não ia deixar de dar suas espiadas em jovens estudantes e charmosos veteranos. Claro, seu candidato predileto é Romário Bi Tem Cool, para ele o melhor dos bofes, charmoossooo, mas não pode declarar seu voto. Os dois têm muita identificação mútua em termos de modus operandi, digamos.

Em certo momento, tudo perde sentido quando EL Lutador entrou no auditório com sua charmosa careca e de camisão, deixando o velho efeminado cheio de água na boca, calor no coração e o desejo intenso de possuir um supositório de salsichão lionês para, digamos, picardias estudantis anais. Largou o debate de mão e só ficou espiando seus atos. Quase chegou ao prazer líquido quando viu o Street Fighting Man “elogiando” um desafeto efeminado, que passava pelo caminho se cagando todo. Imediatamente, Francisco da Zanzibar y Zanzibar pensou: “Em vez de dar atenção à essa mocreia feiosa, ele tinha que olhar para mim, meu Apolo do tatame, meu Van Damme da arquibancada”.

Quando viu o homem de lutas descendo a escada do auditório, cercado de gente, Zanzi perdeu a noção e começou a imitar Gal Costa, cantando altíssimo “MEU BEEM, MEU ZEEEEN, MEU MAAAALLLL”. E disparou: “CARECA TESUDOOO”. No arremate, se sentiu uma verdadeira Paula Toller no comercial da Caixa na televisão: “POR QUE NÃO EUUUUU, AHAM, POR QUE NÃO EU?”, num misto de desafinação, bitchness e descompasso rítmico, como se a declaração de amor gay fosse uma verdadeira marcha fúnebre.

Alguns estudantes e transeuntes olharam assustados, enquanto outros riram. Em faculdade, quase tudo é permitido.

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A VINGANÇA DE LAUSANNE

Charles De Lausanne está indignado por ter sido limado do jogo político tricolor, e magoadíssimo com a “canção do urubu”. O esquisitão ofereceu seus serviços de cama e mesa para Happybath, que pareceu gostar do rapaz modernoso e cogita abrigá-lo em um de seus mafuás profissionais. Isso pode ser um problema sério para Francisco da Zanzibar, já que a nova dupla pode armar alguma arapuca para o nosso picareta maior.

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A AMEAÇA

“Seu FILHADAPUTA, tá achando que é dono do Fluminense, é? Vou aí te pegar de porrada na frente do clube, e só não vou meter no teu cu na rua porque é atentado violento ao pudor. Mas você não perde por esperar, seu pederasta da terceira idade, zanzibarbicha do caralho. Fica de palhaçada pra ver o que vai te acontecer.”

A LETRA DO FUNK DO ZANZIBAR

“Vou comer o Chiquinho Zanziba-a-ar/ e a Alva Benigno vai conta-a-ar/ Panorama tem coluna, a escritora é bolado-na-a/ Alva é sinistra e Chiquinho é bichona-a/ Ele é muito gay/ dá cloaca que eu sei”.

NÚMERO ERRADO

Antes do almoço, Zanzibar passa um áudio para Happybath:

“Tá de sacanagem com a minha cara, Agnaldo? Que porra é essa de 20 na eleição? Tem que ser 71, ô viado! Vocês são amadores pra caralho. Foda-se que é sorteio: tem que dirigir e pronto. Tem que fazer o eleitor se identificar com a campanha”.

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EM ALGUM LUGAR DA TIJUCA

“Me fode, meu Ébanus. Bota no meu cu até sangrar. Faz meu rabo de Flamengo e senta essa pica preta”.

O PLANO DE GESTÃO DA SALINHA DO MAL

O projeto consiste na retomada da sauna dentro da sauna, um espaço de convivência privada e respeitosa entre iguais que pretendam fazer amor, usando o bumbum como meio de vida prazerosa. Divisórias escuras para que a privacidade esteja assegurada. Sigilo, discrição e viadagem absolutas.

A CANÇÃO NOTURNA NO WHATSAPP

Novamente não identificado o número do remetente, chega mais um áudio para Zanzi, desta vez em tom divertido:

“Filhão, filhão, filhão, és o rei da criação/ Eu mordo tua nuca e ponho o dedo no cuzão/ Você disfarça e chupa, bota o cu na contramão/ Teu sonho é ser mulher, mas tu és um viadão”.

Chiquinho ouve e dá uma gargalhada tão alta que não segura e solta um peidaço estilo fedor de bujão de gás. Põe a mão na traseira da cueca, como se procurasse algum pedaço de cocô que tivesse escapulido, roça a ponta do dedo indicador nos arredores do ânus e chega a sentir tesão. Sem qualquer razão aparente, imediatamente corre para a janela, espia a imensa Gotham City formada pelos prédios de Copacabana, coloca a mão no próprio pênis dentro da cueca, sugere masturbação e grita de forma alucinada: “Ôôôôô, tomá no cu, Mengôôôô”.

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EMBALOS ZANZIBARIANOS DE SÁBADO À NOITE

Nos embalos de sábado à noite, a grande pedida zanzibariana é dar uma espiada no festival Rock n’ Rola Soundsystem, que acontece hoje em aprazível ambiente da Zona Sul carioca. Vão se apresentar as bandas Mulher Filhão & As Filhettes (hip-hop pansexual), Los Poderosos Becones (rock, soul e samba), Brazil71 (samba rock) e CNPJotas (ragga, pop e surf music). Presença confirmadíssima de Francisco da Zanzibar.

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Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: pickles