Sobre o novo elenco do Fluminense (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, esperei bastante para escrever sobre o Fluminense porque sabia que, quaisquer que fossem minhas palavras, elas se desatualizariam rapidamente com o vaivém do mercado. Após faturarmos a vaga para a Copa Sul-Americana, o ano esportivo terminou e as especulações começaram. Contratamos Odair Hellmann para o comando técnico, um dos nomes que ventilei como possíveis (embora para mim o ideal fosse ter trazido o Ariel Holan), e logo a montagem para 2020 se iniciou. Dispensamos Agenor, Guilherme e Airton, mandamos Ewandro pro Sport, Orejuela para o Querétaro, Zé Ricardo para o Boavista, Lucão pro Goiás, Caio pro Atlético-GO (aleluia), W. Nem de volta para a Turquia e Brenner de volta para o São Paulo. Perdemos Caio Henrique pro olho grande do Atlético de Madrid, Yony para o Benfica, Daniel para o próprio pensamento medíocre do jogador, que vai sumir no Bahia, e Allan para a safadeza entre ele, Liverpool e Galo. Que siga o caminho de Scarpa e afins. Finalmente, João Pedro foi para o Watford, negócio que já estava arranjado há bastante tempo.

Para este ano, conseguimos renovar com Nino, Yuri, Evanílson, Gilberto (é…) e, para repor as saídas, trouxemos até o momento Felippe Cardoso (atacante, ex-Ceará), Yago Felipe (meia, ex-Goiás), Caio Paulista (atacante, ex-Avaí), Henrique (volante, ex-Cruzeiro), Egídio (lateral-esquerdo, ex-Cruzeiro) e Hudson (volante, ex-São Paulo). Ainda estamos tentando trazer mais jogadores, e os mais possíveis são Fernando Pacheco (meia atacante do Sporting Cristal), que está quase fechado e Wellington Silva (meia atacante atualmente no Internacional). Ainda há especulações diversas sobre Rossi (atacante do Vasco), Andrés Cubas (volante do Talleres), Michel Araújo (meia atacante do Racing-URU), Dedé (zagueiro do Cruzeiro) e, finalmente, Fred, atacante, atualmente no Cruzeiro. Não podemos esquecer que a Copinha também nos mostra que vários jogadores estão pedindo passagem para o elenco principal, casos claros de André (volante), Martinelli (meia) e John Kennedy (atacante), além de Wallace. Marcelo Pitaluga (goleiro), Luan (zagueiro) e Calegari (volante/lateral direito) já integraram o elenco profissional e devem seguir nele.

Você escolhe qual copo quer beber, tricolor: o meio cheio, ou o meio vazio. Se escolher o meio vazio, vai ficar bastante irritado pelas peças perdidas, pela quantidade de jogadores desconhecidos que foram contratados, pela elevação da média de idade do time com nomes como Henrique, Egídio e Hudson e vai questionar o valor dos salários de alguns jogadores contratados, além de certos empresários destes jogadores serem sempre os mesmos. Se quiser o meio cheio, vai valorizar aqueles jogadores que conseguimos manter, principalmente o fato de conseguirmos ter colocado salários em dia, apontar que contratamos uma dupla de volantes que se conhece e já carrega entrosamento da época que foram campeões da Copa do Brasil, vai notar que temos ótimos três goleiros e uma zaga razoável, dois meias jovens despontando (Miguel e Martinelli) e um ataque também jovem, mas capaz (Marcos Paulo e Evanílson). As laterais, que são nosso ponto mais fraco, poderão ter surpresas com a concorrência de jovens como Marcos Pedro (na lateral esquerda) e Calegari (na lateral direita), caso os prováveis titulares não rendam. Finalmente, Odair não é bobo e fez bom trabalho no Inter.

De todo modo, é melhor esperar pra servir a sua bebida, seja ela de pessimismo ou de otimismo. Esperar o elenco fechar, assistir a algumas partidas e avaliar o desempenho do time é o mínimo que devemos fazer antes de cravar que vamos lutar pra não cair ou pelo título de alguma competição. Como sempre, acho que devemos seguir focando na Copa Sul-Americana. Estamos batendo na trave há algum tempo e, com um time bem azeitado, temos boas chances de finalmente conquistá-la. O que não podemos é jogar contra. Ainda que tenhamos reservas ao trabalho desenvolvido ou à maneira com que ele é desenvolvido, não adianta embarcar numa onda de pessimismo sem limites. Nada é tão ruim quanto parece ou tão bom quanto gostaríamos que fosse. Enquanto isso, vamos acompanhar a Copinha. O Fluminense se classificou em primeiro lugar de seu grupo ao conquistar três vitórias. Os dois últimos jogos não foram nada fáceis, mas o time fez o seu papel. Tem valores muito bons que devemos observar com atenção, pois muitos destes atletas incorporarão os profissionais em breve ou integrarão o time de aspirantes que será criado. Um brinde ao novo ano que se inicia.

Curtas:

– O Fluminense debutará pela Copa Sul-Americana 2020 contra o Unión La Calera, do Chile, no dia 4 de fevereiro, no Maracanã, às 21h30 de uma terça-feira. O jogo da volta é no dia 18 do mesmo mês, às 19h15, lá no Chile. É o início de uma longa caminhada que, se tudo der certo, nos renderá o título tão aguardado. Todos ao Maraca!

– A estreia do Tricolor na Copa do Brasil se dará no dia 12 de fevereiro contra o Moto Club, no Castelão (Maranhão), às 21h30 de uma quarta-feira. Considerando os jogos deste dia, deve ser transmitido em TV aberta. O Fluminense precisa de um empate para avançar à segunda fase, mas a obrigação é a vitória. Acredito que não teremos sustos.

– Pelo Campeonato Carioca, que não temos escolha a não ser disputar, estrearemos contra a Cabofriense em Bacaxá no dia 19 de janeiro. Será a primeira partida oficial do ano que o Flu jogará, e teremos a chance de ver como estará o time, principalmente os novos contratados, os garotos que subirem pro profissional e os jogadores que voltarem de lesão, como Muriel e Matheus Ferraz. Por mim, sinceramente, usaríamos o sub-20 no Carioca para preparar o profissional para o que interessa, ou só usaríamos o profissional nos clássicos, mas duvido que a diretoria fará isso.

– Já repararam que as últimas estreias do Fluminense no Carioca têm sido sempre na Região dos Lagos? Por que será, hein?

– Gostei das contratações do Henrique, do Hudson e do Yago. Não gostei da do Egídio e estou indiferente às demais por enquanto. Acho que deviamos tentar mais efusivamente o Andrés Cubas, jogador valorizado e disputado por Boca Juniors e River Plate. Não deve ser ruim, né? Caso não o contratemos, hora de subir o André do sub-20 e começarmos a lhe dar chances. Henrique já tem idade e não vai aguentar uma sequência dura. Apesar de termos o Yuri, é bom ter uma terceira opção para a posição, afinal, ter um primeiro volante de qualidade é basilar para qualquer equipe dar certo.

-Seria bom trazermos também Michel Araújo, o meia do Racing, já que essa é uma das posições carentes. Embora tenhamos Yago na posição, além de Miguel e Martinelli que pode subir, os dois últimos ainda são meninos e Yago é uma aposta. Seria bom ter mais um nome minimamente confiável no elenco.

– Um ótimo 2020 para todos vocês, queridos leitores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

2 Comments

  1. Senra, eu considero bater na trave, chegar no mínimo na semifinal da competição. Esse tipo de pensamento vale mais para os Madureira da vida, dos quais, ano após ano, nos aproximamos. Em relação ao time, esperemos as primeiras rodadas, para entender o que o Odair pretende fazer com o ST

    1. Caro Marcos,

      Ano retrasado chegamos na semifinal da competição sul-americana e ano passado vínhamos bem também. Infelizmente os resultados do Brasileirão interferiram em nossa campanha. ST.

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