Só demitir Diniz não basta (por Flavio Souza)

NUNCA FOMOS TÃO TRICOLORES – DOWNLOAD GRATUITO.

A demissão do técnico Fernando Diniz ocorrida no início da semana, embora tenha sido tardia, foi muito necessária como parte da solução dos problemas do Fluminense, mas de forma alguma foi suficiente.

O buraco é bem mais embaixo, infelizmente.

A longuíssima entrevista coletiva dada pelo presidente, no dia que se seguiu à demissão do técnico, foi uma demonstração perfeita do que o grande Millôr Fernandes chamou de “Armazém de Secos e Molhados”. Durante pouco mais de duas horas, a comunidade de setoristas do Fluminense amaciou e foi amaciada pelo dirigente, ignorando a grave crise esportiva e financeira do clube em mais uma exibição lamentável de autopromoção e de jornalismo chapa branca.

No dia seguinte à fala do presidente do Fluminense, Diniz também deu sua entrevista coletiva, coisa que não é comum entre técnicos. Foi uma entrevista muito mais curta e interessante. O técnico mostrou seu engajamento com o clube e o grupo de jogadores emocionando-se várias vezes. Porém, mais uma vez, os jornalistas presentes perderam a chance de abordar em profundidade os problemas que fizeram o time estar na lanterna do Campeonato Brasileiro.

Marcão mais uma vez foi anunciado como técnico, a princípio até o final da temporada. Embora ele seja um ídolo e um funcionário muito útil do clube como assistente técnico e como substituto eventual do técnico titular, entendo que ele não seja, a médio ou longo prazo, a melhor opção para o atual campeão da América. Além de não ter uma experiência relevante como técnico, Marcão muito provavelmente não terá a independência e autonomia necessárias para fazer as mudanças que precisam ser feitas no elenco.

É preciso aprender as lições com as experiências anteriores e entender o que aconteceu em 2009. O que permitiu aquela incrível recuperação não foi apenas a chegada do técnico novo, mas o afastamento de uma série de jogadores que não estavam tendo rendimento técnico adequado e que exerciam influência negativa no elenco.

Sobre o elenco atual, é muito difícil saber de fora os jogadores que precisam ser afastados por comportamento, mas afirmo que por desempenho em campo os seguintes jogadores precisam ser imediatamente afastados: Renato Augusto, Gabriel Pires, David Terans, Felipe Alves, Douglas Costa e Marlon. Germán Cano precisa tratar o seu joelho e só voltar em 100% de condições. Keno e Felipe Melo precisam dar lugar a outros jogadores e serem opções no segundo tempo. Marcão tem que chamar os jogadores da nossa base para completar o elenco, incluindo os inexplicavelmente emprestados.

Não posso deixar de lado aqui a responsabilidade maior do presidente Mário Bittencourt sobre o que está acontecendo. Além do clube ser governado em um sistema presidencialista, o chamado Pavão esconde os demais executivos da administração e acumula inúmeras funções no clube incluindo a de Diretor de Futebol. O presidente é responsável pela montagem deste elenco e tem que ser cobrado pessoalmente pela solução, que não deve ser vista apenas como responsabilidade do Marcão.

Preocupa muito parte da torcida, incluindo algumas organizadas, poupar o presidente das críticas. Não tenho qualquer dúvida de que a correção de rota depende de ações que direção e técnico precisam fazer juntos.

Trocar o técnico obviamente foi necessário, mas não será suficiente. Este elenco velho e que anda em campo tem que ser revisto urgentemente.

Situações extremas exigem atitudes extremas,

1 Comments

  1. A própria escalacao de Marcão contra o Vitória, deixa claro que a panelinha é forte dentro do elenco. E isso pode nos custar uma Série B.

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