Segunda-feira pela manhã fiquei sabendo que o Brasiliense, o maior time daqui de Brasília, havia disputado, na véspera, o jogo de volta das quartas de final da série D – sim! D! – do Campeonato Brasileiro. Em jogo, o acesso às série C, automático para os quatro semifinalistas.
A vitória de 2 x 1 sobre o Brasil de Pelotas levou o jogo para os pênaltis. E o Brasiliense perdeu.
Sequer soube da partida antes de sua realização. O Brasiliense jogou em seu pequeno estádio, longe do centro da capital, para um público minúsculo. O Mané Garrincha permaneceu fechado.
Por que não abrir os portões do Mané cobrando dez pratas e lotar o estádio? O que fazer pra atrair mais gente para os jogos dos times locais?
Confesso não entender os objetivos de se trazer times do Rio, por exemplo, pra jogar aqui em Brasilia para estádios vazios, cobrando fortunas de ingresso. Os mesmos obstinados vibram, vão aos jogos, gastam uma grana que vai fazer falta no fim do mês. O Vasco esteve por aqui algumas vezes. Não levei minha filhinha, tal o preço.
Agora, para voltar à série D no ano que vem, o Brasiliense precisa ser campeão do DF em 2015. O que significa que de todos os times do DF, dentre eles Gama, Brasiliense, Ceilândia, Brasília, apenas um disputará um campeonato nacional este ano.
Sim, há a Copa do Brasil, na qual os times locais normalmente jogam uma única partida e são rapidamente eliminados.
Essa é outra das razões pelas quais o futebol brasileiro se encontra nesta situação tenebrosa. Por que só quatro divisões? Por que tantos times condenados a atuar por apenas dois, três meses por ano por absoluta falta de torneios a disputar? Como fazer o futebol de um estado como o DF crescer minimamente se só há futebol por três meses? Que agremiação vai investir em montar um bom time para três meses de vida? O que fazer com os jogadores depois do fim?
Certamente as distâncias continentais desse Brasil são um impedimento para o formato nacional de um campeonato de séries inferiores. Mas as alternativas existem, de, por exemplo, disputas regionais levando a uma decisão nacional num torneio final.
O certo é que como está não pode ficar. A entidade central, CBF, nadando em dinheiro, e o seu principal objetivo, que seria o de fomentar o futebol brasileiro, largado às traças. Falta vontade, falta imaginação. Falta perceber que essa indolência com o futebol é uma das origens dos sete gols da Alemanha.
Enquanto isso, torcemos todos para que os enfadonhos campeonatos de 2014, das séries A e B terminem rapidamente. Baixíssimo nível técnico (como descobrir jogadores em times menores se estes param por nove meses?) e os costumeiros errinhos de arbitragem. Um saco. Que acabe logo.
abraços
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Grande visão geral do futebol brasileiro. Mais uma vez, concordo com tudo o que foi escrito. Abraços e ST, mesmo sabaendo de sua predilção bacalhau!! rsrs