Amigos, amigas do PANORAMA, eu já vou começar entrando de sola. Se o Fluminense demitir Fernando Diniz seremos rebaixados no Campeonato Brasileiro de 2024.
Não, eu não estou defendendo o Fernando Diniz. Estou defendendo o Fluminense, com toda autoridade de quem anteviu o que está acontecendo agora. É só rolar as páginas para trás.
A ausência é uma forma legítima de protesto. Razão pela qual parabenizo os que não foram ao Maracanã sábado. Da mesma forma, parabenizo os que foram e mostraram sua indignação com o que está acontecendo, vaiando o time na saída para o intervalo, mesmo com a precária vitória de 1 a 0.
A atitude de Felipe Melo, agredindo um profissional do Atlético-GO, deve ser um ponto de inflexão. O Fluminense, ao longo de sua história, agrediu adversários vencendo partidas.
A prepotência está cobrando seu preço, só não vê quem não quer. Do Diniz, inclusive.
Por onde anda o presidente do Fluminense numa hora dessas? É muito fácil fazer discursos bonitos na hora das conquistas. Mas um verdadeiro líder coloca a cara na hora dos fracassos.
Deveria, desde já, começar a publicar os balancetes trimestrais, para que nós possamos ver, com transparência, o que está sendo feito com as finanças do Fluminense.
Não faz porque não pode mostrar a gestão financeira tenebrosa que está fazendo, com seus medalhões que mal entram em campo.
Dia desses, me deparei com reportagem dando conta de que o Fluminense foi um dos times que menos investiu em 2023. Uma piada ridícula quando olhamos um clube que teve quase 600 milhões de despesas no referido exercício. Efetivamente, isso não se deu em contratações, mas em salários, direitos de imagem e premiações nababescas.
Quando Diniz diz que a nossa força é a coesão do elenco, eu confesso que minhas preocupações se transformam em desespero.
Paulo Henrique Ganso é, há muito tempo, o grande nome do Fluminense. Ao fazer o belo gol na noite de ontem, corre para abraçar Diniz, como todo o resto do time. Ali, para mim, ficou claro, que perderíamos de novo.
A incapacidade desse elenco de entender o que está acontecendo é ensurdecedora. Nenhuma atitude poderia ter sido tão deplorável depois de termos passado quarenta minutos tendo dado um único chute em gol.
Ao longo dessa semana, tenho encontrado muitos amigos tricolores mais jovens, que olham para mim com consternação e buscam explicação no meu olhar. É impressionante isso, porque quando eu falava antes não viam.
Vão ter que aprender o que minha geração, que viu o Fluminense ter o melhor time do mundo, aprendeu a duras penas. Semente ruim não dá bons frutos. O que deu certo hoje pode não dar certo amanhã. É preciso arte, responsabilidade e elaboração o tempo todo para se manter no topo.
O Fluminense não é levado a sério por quem o governa. Por isso, eu estou em guerra. Como, de resto, como tricolor, já estive minha vida inteira.
É preciso começar agora a luta contra o rebaixamento, que anunciei aqui faz dois meses. Como fizemos em 2009. Quando, chegando de Curitiba, na caravana da torcida, rasgávamos eufóricos as avenidas do Rio de Janeiro, para incredulidade dos dissidentes, então campeões brasileiros.
Mal sabiam que no ano seguinte seríamos nós, os sobreviventes, a experimentar o mesmo triunfo. Carreado por um argentino genial, chamado Dario Conca, um dos maiores que eu já vi nas quatro linhas, que hoje é tratado com desprezo por essa gestão.
Isso é, aliás, um sintoma da deformação por que estamos passando. A incapacidade de amar a glória do passado é a deformação de caráter no presente.
Quando todo o time vai abraçar Diniz após o gol, depois de um primeiro tempo deplorável, está passando recibo da deformação de caráter de um projeto. E quem está dizendo isso é o mesmo que diz que se tirar o Diniz o Fluminense cai.
O Fluminense é hoje uma deturpação de valores. Quanto mais o processo avança, menos escolhas nós temos. O que parecia, no começo do ano, a estruturação de um banco de luxo, é, hoje, uma coletânea de inutilidades. E, salvo os fatos digam o contrário daqui para frente, eu também errei ao elogiar, tecnicamente – não financeiramente – essas contratações.
Semente ruim não dá bons frutos.
Estamos em guerra, declarada e implacável.
A torcida do Fluminense, em 2013, derrotou o sistema. Mais até do que muitos pensam. Hoje, o inimigo está em nossas entranhas. É duro concluir assim, todo mundo merece crédito, mas não há o que opor aos fatos.
O maior trauma dos eufóricos dissidentes é que eu saio de casa hoje envergando minha armadura, enquanto a bandeira tremula na varanda.
Não caiam na armadilha de pedir a saída do Diniz. Cobrem essa gestão irresponsável.
O Diniz é arrogante? Já foi mais. O que não pode é a arrogância institucionalizada.
Saudações Tricolores!
Concordo 100%! Está horroroso de assistir, medonho mesmo! Mas a solução tem que ser dada pelos que lá estão. Sempre fui contra trocas de treinador, apesar de ter visto trocas excelentes. Salvo raríssimas exceções, é trocar seis por meia dúzia…
É inadmissível assistir essas trocas de passes inúteis e, na maioria das vezes terminando no nosso goleiro. É inadmissível que esse elenco estrelado consiga resultados tão ruins contra times fraquíssimos!
Apesar de sempre ter sido um daqueles “dez mil de sempre”, não estou encontrando vontade de ir ao Maraca, infelizmente.
Nunca fomos tão tricolores! Dá-lhe Fluzão!