Tricolores de sangue grená, escrevo esta coluna após a derrota para o Cruzeiro e, portanto, antes do fechamento da rodada. O jogo em si foi bem estranho e péssimo para nós, com lesão do Pedro e dois gols contra (um a favor, um contra). Como o Cruzeiro não poupou ninguém, já sabíamos que seria difícil vencê-los lá nessas condições. Quando jogamos um tempo inteiro sem Pedro e com o engodo do Júnior Dutra, quando a estreia do Danielzinho tem que ser em substituição a Sornoza, e quando temos Kayke em vez de Cabezas no comando de ataque, não dá pra esperar muita coisa. Gum mal, Jadson pésssimo, além de Richard e mais uma penca muito abaixo do que já produziram. A coisa está feia. O pior não é nem olhar a tabela, pois perderemos no máximo uma posição, isso se o América-MG não perder da molambada, mas pensar no cenário que teremos a seguir.
Salários atrasados, patrocinador Master dando calote e tendo contrato rompido, Descomplica sacaneando o Fluminense, Sornoza cotado para sair, Pedro machucado, Pablo Dyego preterido, ataque parando de fazer gols (o gol na boa vitória contra o Corinthians foi de Gum, e o de honra no revés do Mineirão foi contra), contrato do Maracanã sob ameaça de rompimento… enfim, o momento do Fluminense não é nada bom. Se tivemos méritos ao conseguirmos os três pontos em casa no meio de semana, não tivemos força para buscar o empate contra os mineiros. E, nesse perde-e-ganha, ficamos estacionados na tabela do Brasileirão. Marcelo Oliveira terá uma semana para rearrumar o time, avaliar quem está bem, quem não está, torcer para que a lesão de Pedro não tenha sido grave, pois ele claramente não tem substituto e o time perde qualidade demais sem ele e, principalmente, nosso técnico terá esse tempo para estudar o que vai fazer contra o líder da competição no domingo.
Teremos pela frente um jogo extremamente encardido. O São Paulo só perdeu dois jogos em 21 rodadas (é difícil imaginar que perca para o Ceará em casa), ambas as derrotas fora de casa; ou seja, está invicto em seus domínios. Temos que ser humildes e reconhecer que um empate será um bom resultado, ainda que nossa situação na tabela esteja longe de ser confortável. Afinal, somente dois dos 6 empates dos paulistas ocorreram dentro de casa. No turno, empatamos com eles no Maracanã, mas analisando o histórico do time paulista fica claro que, hoje, o São Paulo é muito mais forte que antes. Teremos que suar um litro certo para marcar pontos nessa partida. É possível vencê-los? Claro que sim. Tudo é possível no futebol. Mas é improvável. Gostamos do que é improvável, mas temos que ser realistas e pensar nos próximos jogos. Na sequência, teremos adversários diretos na briga para fugir da parte de baixo da tabela: Vitória (casa), Botafogo (casa), Atlético-PR (fora) e Chapecoense (fora).
A grande questão é que no meio desses compromissos teremos o jogo de ida pelas Oitavas de Final da Copa Sul-Americana contra o Deportivo Cuenca, no dia 19/09, entre as partidas contra Furacão e Chape. Assim, torna-se ainda mais importante garantir os seis pontos nos compromissos em casa que virão, de modo a conseguirmos respirar mais pra frente. Querendo ou não, tricolores, nossa meta ainda são os 47 pontos no Campeonato Brasileiro, e ainda faltam 21, ou seja, sete vitórias nas 17 rodadas que restam. O mínimo que podemos fazer é garantir nossa permanência na Série A esse ano, torcendo pra conseguirmos alguns bons resultados consecutivos e, quem sabe, esperar pingar um G7 ou um G8, na eventualidade de não ser possível conquistar a Copa Sul-Americana. Estas expectativas estão muito aquém da nossa tradição, mas é inegável que as vacas estão magras. Que sigamos vencendo a cada duas rodadas pelo menos, para que as ruminantes não se dirijam ao brejo.
– Curtas:
– Querido Gum, complete os 400 jogos pelo Fluminense, pois será uma bela e histórica marca, mas anuncie a sua aposentadoria logo depois. Defensivamente, não dá mais pra você. A zaga tem que ser Digão e Ibañez.
– Oremos para que não tenha sido grave a lesão do Pedro, porque aturar Kayke vai ser osso.
– Quando teremos a estreia do Cabezas? Por que Pablo Dyego parou de ser aproveitado?
– Mais uma parceria: STX. Será relevante?
– Marcelo Oliveira, por que você põe Dodi, Richard e Jadson juntos, mas não Danielzinho e Sornoza? Precisamos de criação! A bola precisa chegar ao ataque em boas condições de finalização! Entendo que contra o São Paulo talvez a marcação precise ser reforçada, mas contra o Vitória não haverá mais desculpas!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Respondendo à sua indagação feira ao Marcelo Oliveira :
Além de não terem muito tempo para treinar nesse calendário maluco, a maioria dos nossos treineiros não sabe amar e treinar um bom sistema defensivo.
Daí, a saída é encher o time de volantes e/ou zagueiros.
ST
É, Cláudio, você não deixa de ter razão… mas tá faltando um pouco de ousadia principalmente na montagem do elenco. Esse ato de aceitar passivamente só ter dois meias, não querendo puxar ninguém nem da base, é dose. ST!