Escrevo ainda sob a emoção da classificação de ontem.
Confesso que, mesmo sendo muito otimista, a minha razão brigava com minha paixão e insistia em não acreditar na passagem à outra fase.
Reminiscências de partidas épicas vinham a minha cabeça, porém, logo a razão (chata como sempre) vinha com lembranças pesadas das duas últimas pífias atuações do nosso Fluminense.
Assisti o jogo quieto e quase que rezando, com olhar fixo a tudo que se passava na fria televisão da sala.
Aos poucos o meu coração acelerava, pois a equipe estava tendo uma postura que, até aquela altura, nunca tinha apresentado.
Passes precisos de um maestro improvável, Fred. Astúcia pontual de Nenê e a volúpia quase irresistível de Caio Paulista (opa: essa o Conde assinaria).
O intervalo com dois a zero a favor em plena Buenos Aires, contra um rival cascudo, já mudara o meu semblante e o meu humor.
Começou o segundo tempo e eu me pus ao mesmo lugar, como se fosse um ritual, e assim continuava a “orar” vendo o imponderável agir.
A equipe guerreira até o meio do segundo tempo, quase no fim sofre um revés. Gol do River Plate.
As sequelas dos revezes anteriores pulsavam novamente em minha mente, mas não no coração.
Este mesmo coração que foi presenteado com um terceiro gol, um primor, um requinte.
E o Fluminense se classifica. O Fluminense lidera seu grupo. O Fluminense está nas oitavas.
O Fluminense jogou como Fluminense. Esse é o espírito que me fez ser Tricolor, me faz um apaixonado pela sua luta, pela sua camisa.
Se vamos seguir em frente até o título, somente o tempo irá dizer, mas o coração teima em dizer que temos um encontro em breve.
Em Montevidéu.