Renato Gaúcho e a alegria tricolor (por Flávio Souza)

Finalmente, depois de muita boataria e com muitos influencers lutando entre si numa disputa de quem daria o furo primeiro, no final da tarde de ontem o Fluminense anunciou a contratação do técnico Renato Portaluppi, mais conhecido como Renato Gaúcho.

Depois de demitir os dois últimos técnicos, Fernando Diniz e Mano Menezes, pouco depois de renovar seus pomposos contratos que provavelmente giravam em torno de um milhão de reais, a direção do Fluminense deverá, a partir da contratação de Renato na mesma faixa salarial, acumular cerca de três milhões de reais até o final deste ano apenas com pagamentos de treinadores. Pavão fez, Pavão faz.

Assim como muitos amigos e torcedores, eu esperava alguma criatividade da nossa diretoria, eventualmente até a contratação de algum promissor treinador sul-americano ou europeu. Nos últimos anos times como Fortaleza, Botafogo, Flamengo, Palmeiras tiveram muito sucesso com técnicos estrangeiros, mas pelo que o presidente já deixou claro em muitas falas, tem um arcaico e inexplicável preconceito com estrangeiros.

Dentre as alternativas que pareciam viáveis na shortist do processo seletivo tricolor, Dorival e Renato, eu sempre preferi o Renato e nisso concordo com a escolha da direção do clube. Ele possui uma maravilhosa história tanto como jogador e técnico do Fluminense e uma enorme identificação com o clube e a sua torcida.

Temos também a simbologia da volta de Renato ao Fluminense no ano da comemoração dos 30 anos da conquista do Campeonato Carioca de 1995 e do Gol de Barriga. Muitos consideram esse jogo como o maior Fla-Flu de todos os tempos e até como um dos maiores jogos da história do Maracanã. Eu estava nesse jogo com meus amigos e este foi o maior jogo que eu vi desde que comecei a frequentar o Maracanã a partir de meados dos anos de 1980.

Outra partida inesquecível para mim, mas infelizmente com resultado negativo, também tem Renato como protagonista, desta vez como treinador do Fluminense. A festa da torcida e o clima no Maracanã na final da Copa Libertadores de 2008 foi algo simplesmente inesquecível. No Fluminense, Renato conquistou também a Copa do Brasil de 2007, seu primeiro título como treinador profissional e o nosso primeiro e único título deste torneio.

Renato terá a chance de liderar o Fluminense em torneios muito importantes em uma temporada com uma sobrecarga de jogos em função do Mundial da Fifa 2025. Espero que, diferentemente do que fizeram os últimos treinadores, sejam dadas mais oportunidades a jogadores da nossa base e que se encerre o costume recente da contratação de bagres acima de 30 anos.

Desejo muito sucesso ao Renato Gaúcho, que consiga trazer de volta a alegria da torcida tricolor. Precisamos disso mais do que nunca.