Revolta, chateação, descrença, decepção e aquela pontinha de tristeza. Depois de um setembro que trouxe muita alegria e esperança, imagino que resumi bem o sentimento dos tricolores por todo país. Não é para menos, afinal, há nem um ano, éramos o melhor time do país e um dos grandes favoritos a conquistar a América. Um a um foram se desfazendo nossos sonhos. Planejamento, antes uma palavra mágica, agora é uma palavra maldita.

Não podemos nos esquecer de fatores externos como a penhora de rendas e o comportamento ou costumes adquiridos de alguns jogadores. Entre outros fatores, por causa disso tivemos perdas no elenco. Mas ei, espere aí! Não era o Fluminense que contava com um banco que seria titular em qualquer outro time? Não era o Fluminense que contava com duas ou três gerações fantásticas e aptas a subir?

Rafael Moura – reserva (nem sempre imediato) no claudicante Internacional. Mesmo tendo ido embora antes do fim 2012, eu coloco na conta.

Wellington Nem – reserva de banco (nem foi listado para a Champions) no Shaktar.

Thiago Neves – brilhando (mas lá até eu) na Arábia.

Deco – aposentado. Craque, mas alguém ainda contava com ele?

Berna – merecia ser titular em outro lugar, mas ainda precisávamos dele.

Higor? Fernando? Lucas Patinho? Léo Lelis? João Clériston? Stéfano? Você sabe onde ou como estão jogando sem procurar no Google?

Como um time tão recheado de talentos e promessas pode se tornar uma incógnita até para o próprio técnico? Por que somos forçados a conhecer novos nomes a cada rodada? Ninguém imaginou que o campeão brasileiro teria jogadores convocados perto da Copa? Que outros se machucariam? Que um verdadeiro camisa 10 faria falta? Vendas e empréstimos no atacado sem se importar com as consequências. O nome disso é incompetência e irresponsabilidade. Normal jogadores saírem, mas é idiotice não repor e não prever contratempos.

“Ah, mas o time está jogando bem. Não merecia perder.”

Um time de futebol que não consegue se defender e nem tem competência para fazer gol está jogando bem? Desculpem-me, mas o “não” é óbvio até demais. Se fulano ou o ciclano se salvam já começa a não importar mais. Se o goleiro adversário salva três bolas, mandem outras cinco para o gol. Não para fora. Para o gol! Profissionais batendo recorde de passes errados a cada jogo é inadmissível. Nossa zaga? Bem… só digo que eles estão destruindo toda a moral que conquistaram um dia.

Mas voltemos a 2009. Você provavelmente lembre o que foi necessário fazer para acordar o time. Nada dava certo. Uma contratação atrás da outra e novas derrotas. Cuca se cansou de alguns jogadores e fez uma revolução no elenco. Colocou em campo apenas aqueles que queriam jogar bola, que tinha vontade de honrar e permanecer no Fluminense. Assim a matemática foi vencida e o impossível ignorado.

Sim, a situação era bem pior que a de hoje. Mas talvez seja exatamente disso que precisamos. Uma limpeza dentro e fora de campo.

Porém, não é apenas esse 2009 que eu quero trazer à tona, mas principalmente o 2009 do Coritiba. Exatamente aquele que caiu na nossa última braçada. Salvo engano, o time paranaense daquele ano figurou apenas uma vez no Z4 antes de ser rebaixado. Depois ficou sempre ali do meio pra baixo, sem se preocupar com a ameaça. Até que chegaram à última rodada precisando nos vencer. Acontece que estavam despreparados para lutar e não foram páreo para um time de guerreiros. Tombaram e ainda deram um vexame nacional. Lembra alguém de 2013?

Nosso último jogo será contra o Bahia, nosso atual vizinho de cima, em Salvador. Ou o Fluminense acorda para a luta ou está fadado findar um período brilhante com uma queda ridícula.

Por favor, relembrem 2009.

ST!

Panorama Tricolor

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