Quem visse os noticiários esportivos de dez ou quinze dias atrás – é bem melhor vê-los do que lê-los -, sendo também desavisado de determinados vícios das redações, poderia jurar que o Fluminense estava condenado à guilhotina máxima – leia-se famigerada, temida e ameaçadora segunda divisão.
Mas futebol é carrossel permanente: a glória de hoje pode ser o fracasso da semana que vem. O amargo de agora pode ser a ressurreição de logo mais.
Num campeonato de pouco brilho, um líder merecido – o Cruzeiro – e um monte de times apertados num quitinete, quem vence dois ou três jogos dá um salto enorme.
Não é nenhuma aberração cogitar o Fluminense conseguindo quatro ou seis pontos nos jogos contra o Atlético-PR, hoje, e a Portuguesa, próximo embalo de sábado à noite.
Quatro pontos estabilizam de vez o Flu.
Seis pontos desenham o seguinte cenário: quatro jogos invicto, três vitórias e várias posições mais à frente na tabela de classificação.
Longe de ter demonstrado um grande futebol recente, o Flu ostentou foi vontade, dignidade e dedicação.
A entrada dos garotos da base remocou o time e deu fôlego, capaz de minimizar inúmeros desfalques.
Nenhuma oitava maravilha, mas o suficiente para chegar perto dos oito primeiros – ou seis.
O atual campeonato brasileiro é um rali: quem tem regularidade chega.
E o atual certame está marcado justamente pela irregularidade, baixa pontuação e variabilidade. Ou seja, se alguém de baixo se mexer, pode ir longe.
Podem dizer que é otimismo barato ou outras bobagens reducionistas. Só o que vejo é uma pequena tabuada: ganhou, saltou. Os times são muito nivelados. Reitero: exclua a regularidade do Cruzeiro e o resto é Tóquio no rush.
Já pensou se o Fluminense começou sua guinada e sequer percebemos?
Nos jogos contra Santo André e Goiás, 2009, ninguém tinha percebido também. Alguém se lembra? Marcus Vinicius Caldeira: “Depois de 2009, não duvido de mais nada”.
É por essas e outras, muitas mais no vasto livro dos dias do Fluminense, que continuo acreditando em algo muito melhor do que apenas “lutar para não cair” – e não vai cair porr@nenhum@ mesmo.
É que estou muito vivo.
Nenhuma surpresa com algo bom ou ótimo em dezembro, tudo bem diferente do que se dizia há meio mês.
Nós somos assim: obcecados por desafiar definições.
Quem duvidar possa, favor tomar o caminho da biblioteca. O acervo de periódicos também serve.
Difícil, é e muito. Mas quando não foi?
Panorama Tricolor
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Garcez, Couceiro, Andel, Janot, Botelho e Santa Ana, na mais ousada e arrebatadora literatura tricolor contemporânea. Em instantes.