Quase uma semana de “férias” e, na próxima quarta-feira, o Fluminense tem um joguinho indigesto, em Volta Redonda, contra os donos da casa. Dos pequenos, o Voltaço é o melhor colocado. Está em quinto, com os mesmos 10 pontos de Vasco, Botafogo e Flamengo.
Depois dos quatro jogos pelo Estadual, já dá para se ter uma ideia inicial de quem é quem no elenco de Cristóvão Borges.
É obvio que a temporada é longa e muitos dos que estão à disposição ainda vão se desenvolver. Também, tem aquele (ou aqueles) que engana no começo e, depois, mostra que não é tudo aquilo que se imaginou. Sempre tem.
Com relação ao grupo, estou formando opinião. Vai mudar ao longo dos jogos, mas, por enquanto, é isso:
No gol, Cavalieri é soberano. O Júlio César, que teve uma chance lá nos EUA, ainda não mostrou do que é capaz. Já vimos o Kléver algumas vezes e teve altos e baixos. Normal para quem quase nunca joga. A vida de goleiro reserva é complicada. Fica anos sem jogar e quando tem uma chance, às vezes única, tem que apostar todas as suas fichas. Enfim, enquanto Cavalieri estiver em campo, estaremos bem servidos. Marcos Felipe é um dos grandes nomes da safra atual vinda da categoria de juniores, mas, dificilmente, terá chances num futuro próximo.
Na lateral direita, o Renato demorou a ter sua chance e, quando teve, logo se machucou. Estava em ascensão na pequena sequência. Pelo que ouvimos, deve demorar um pouco a voltar. Enquanto isso, Wellington Silva entrou e mostrou que é titular. Fez boas partidas contra Nova Iguaçu e Bangu. Em Bacaxá, acompanhou o futebol mediano de todo o time. Igor Julião, acredito, vai esquentar muito o banco este ano.
Na esquerda, só deu Giovanni. Jogou todas. Apresentou um futebol apenas razoável. Tem certa dificuldade de chegar ao fundo do campo. Está aquém de Wellington Silva. Mas de uma coisa não podemos reclamar, tenta o jogo todo. Erra uma, erra duas, mas não se esconde na terceira. Percebe-se que o Fred está sempre do seu lado orientando-o. Isso é bom. Gostaria de ver o Guilherme Santos jogando. Certamente, Cristóvão o testará. Ainda tem o ex-junior Fernando, mas esse deve ser utilizado, somente, em última instância.
Zaga. Ah! Nossa zaga. Se tem um setor que ainda não agradou, esse foi o defensivo. Henrique e Victor Oliveira, primeiro; Henrique e Guilherme Mattis, depois. Vimos várias falhas. Posicionamento, lentidão, falta de entrosamento. Henrique tem se mostrado lento. Dá a impressão de que manca, talvez, em razão dos problemas no joelho. Guilherme Mattis chegou bem, mas, aos poucos, começamos e ver sua deficiência de posicionamento, principalmente, nas bolas aéreas. Victor Oliveira não foi mal, mas saiu em função do rodízio. Espero que tenha outras chances. Para o Estadual, dá para ir levando, mas no Brasileiro é preciso algo mais. Muito mais. Sabemos que Marlon e Gum estão chegando. Isso é bom. Seria a minha zaga titular, mas o técnico é outro. João Filipe é conhecido dos tempos de São Paulo e outros clubes. Nunca me agradou.
Os volantes são Edson, Jean, Rafinha e Luiz Fernando. Edson e Jean, absolutos. Edson é um monstro na marcação. Ótimo ladrão de bolas, posiciona-se tanto à frente quanto entre os zagueiros e, ainda, apresenta-se muito bem na área adversária. Obrigatória a compra dele no final do empréstimo. Jean melhorou muito. Está se movimentando bem e chegando para deixar alguém na cara do gol ou concluir. Rafinha pode entrar no meio ou na lateral, mas não tem espaço no time titular. Luiz Fernando está mais para aprender do que para jogar.
Para a criação, depois da saída de Cícero e Conca, Wagner deve ser titular absoluto. Inclusive, vinha em ascensão no fim do ano passado. Há especulações quanto a sua ida para o Cruzeiro. Não sei, pode ser que sim, pode ser que não. Prefiro que não saia. Achou um bom lugar para jogar: o lado esquerdo. Contundiu-se e deu vaga a Marlone, que é bom jogador, mas peca pela dispersão. Às vezes, some do jogo. Outro problema é a conclusão, mas, quando cai pela ponta esquerda, cria várias opções para os atacantes. Vinícius foi uma grata surpresa. Habilidoso, boa visão de jogo, é ótima alternativa para fazer a aproximação do meio-campo com Fred.
Além desses três, Cristóvão tem três garotos para serem lançados. Robert já fez um gol contra o Bangu e foi bem diante do Boavista. Além de tentar levar o time à frente, mesmo carregando muito a bola em determinados momentos, deu uma assistência para o gol de Lucas Gomes. Com a cabeça no lugar e pensando coletivamente tem muito futuro. Gerson chamou a atenção pelas boas atuações na Seleção Sub-20. Veloz, pensa muito rápido. Inclusive, alguns clubes europeus estão de olho. Se bem lançado no time de cima, será difícil tirá-lo. Mas é preciso calma. O uruguaio Bryan Olivera comporá o grupo. Quem sabe tenha alguma oportunidade?
O ataque tricolor tem Fred. Poderia parar por aí, afinal, desde o final da Copa, o centroavante está mostrando para quem consegue enxergar meio metro à frente que conhece tudo de área. Em se tratando de Fred, não basta falar de sua condição técnica, mas temos que verificar, também, as suas atitudes. Quando está na fase F(luminense) F. C., traz coisa boa, no entanto, se estiver na F(red) F. C., o torcedor tricolor fica de cabelo em pé. Parece, de uns tempos para cá, que está muito Fluminense FC. Por enquanto, seu parceiro tem sido Lucas Gomes. E o recém-contratado está fazendo muito bem seu papel de coadjuvante. Rápido, ousado, tem personalidade e sabe se posicionar muito bem nos espaços deixados pela defesa adversária, quando algum jogador do meio-campo avança com a bola dominada.
Vejo Kenedy e Michael no mesmo nível. O primeiro deve ser utilizado como o atacante de velocidade; Michael ficará na sombra de Fred. Walter está numa fase de doer. Além de gordo, tecnicamente está mal. Tudo que tenta dá errado. Parece que seu diâmetro diminuiu um pouco, mas está muito desconcentrado, tanto fora, quanto dentro do campo. Ainda tem Pablo Dyego, 21 anos, que subiu para o profissional e comporá o elenco.
Essa é a minha visão do momento. Acompanho Fred quando diz estar ansioso pelos clássicos. Ali, serão testes mais úteis ao elenco tricolor para os campeonatos importantes do ano: Brasileiro e Copa do Brasil.
Panorama Tricolor
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