Mudanças ocorrem por todos os lados. A internet, por exemplo, tem feito mudanças drásticas na nossa forma de ser. Temos acesso a um infinito de informações, o conhecimento pode estar em nossas mãos, encurtamos as distâncias. Viver longe de alguém tem menos peso, já que podemos nos ver, conversar. O celular nos permite falar com alguém a qualquer momento ou local. Ninguém mais imagina o que era marcar um encontro e ter que ser pontual, já que não havia outra forma de comunicar que iríamos nos atrasar.
A sociedade como um todo está passando por um período profundo de mudanças. Todas acabam causando algum tipo de conflito, pois o que é antigo teme perder seu espaço (e irá) e o novo tem pressa de mostrar do que é capaz. Até que tudo se ajeite e o mundo se sinta confortável com o que há de novidade, leva um certo tempo. A humanidade precisa evoluir. É natural, não tem como parar.
Assim é o futebol. Dessa forma mudamos regras, acrescentamos um pouco de tecnologia, aprimoramos a técnica (duvidável) e transformamos tudo em um grande negócio rentável que faz bilhões girarem no mundo inteiro.
Como impedir que o Campeonato Carioca, como o conhecemos, morra? Não apenas o carioca, mas todos os estaduais do país. Não tem como e nem porquê. Não sou a favor do extermínio do torneio, mas o que temos hoje já morreu faz tempo. Apenas prolongamos sua existência através de subterfúgios que alimentam o bolso de alguns dirigentes.
Os canais de TV, que são os maiores financiadores desses campeonatos, perceberam que estão jogando dinheiro fora. Quem prefere ver durante 4 meses jogos como Bangu e Botafogo? Já se foi o tempo em que os ditos “pequenos” faziam frente aos principais clubes dos seus estados. Hoje um torneio de 1 mês (no máximo dois) seria o suficiente para chamar atenção do público, dar início à temporada de futebol e ceder espaço para os jogos mais rentáveis que virão a seguir.
A situação de clubes que se classificam para a Libertadores e são obrigados a jogar o Estadual é ridícula. Os times ficam sobrecarregados, não tem tempo para um pré-temporada adequada e jogam contra equipes de nível técnico baixo, em campos de várzea. São “punidos” por terem sido bem-sucedidos.
O surgimento da Primeira Liga é, talvez, o início de uma mudança para o futebol do país do 7 a 1. Ainda não será o ideal, pois deverá conviver com os mesmos campeonatos estaduais inchados, precários e comandados por federações fraudulentas, mas ganhará (espero) força para enfrenta-los no futuro e tirar o poder das mãos dos velhos dirigentes que apenas matam a paixão do torcedor brasileiro pelo futebol.
O Fluminense, como pioneiro do nosso futebol, não poderia ficar fora disso. Alguns fatores conhecidos foram determinantes para isso: o rompimento com a Federação do Rio de Janeiro, ou seja, seu presidente Rubens Lopes e o retorno de Eurico “o respeito voltou” Miranda ao comando do Vasco.
Esta primeira Sul-Minas-Rio terá apenas 5 datas. Será rápido e certeiro. Era necessário que acontecesse neste momento. Deixar para depois poderia ser fatal, pois os ânimos poderiam se aquietar. Torço para que seja um verdadeiro sucesso e contraste com o Estadual. Dessa forma ficará evidente que o caminho que escolhemos foi o correto e que não há mais volta.
Os clubes precisam se unir para formarem ligas fortes. Este foi o caminho que levou os campeonatos europeus ao tamanho que possuem hoje. Já estamos passando da hora. O poder tem que estar em nossas mãos.
Vamos à luta!
Panorama Tricolor
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