“Eu tinha seis anos quando cheguei no Brasil. Era fevereiro de 1952 quando aportei em solo carioca para encontrar meus tios Carolina e João, que já viviam e trabalhavam no Brasil. Na cidade vizinha, Niterói, o nome do bairro que moraria se chamava “Portugal Pequeno.”
A atmosfera fazia jus ao nome. Tudo lembrava a Barcelos que havia deixado há treze dias: os azulejos, a Igreja, os patrícios… Mas não imaginava que a Terra de Vera Cruz se tornaria minha pátria de verdade, muito menos que, poucos meses depois, o meu Sporting-POR, que tinha o melhor time da sua história, até hoje lembrado, cairia para aquele clube de três cores.
Meu tio João me levou naquele julho para assistir meu Sporting, mas na verdade ele, que já tinha adotado o Fluminense como clube de coração, já sabia que aquele menino também seria escolhido, arrebatado, enlouquecido pela obra-prima sublime de ver e sentir o verde, branco e grená. Foi assim que escolhi o Fluminense em detrimento do Vasco, como português.”
E o “puto” tornou-se “moleque”. O sportinguista tornou-se o mais apaixonado tricolor que conheci. O moleque cresceu e tornou-se meu pai. Dedico esse texto a todos herdeiros como eu fui, desse estandarte da paixão retumbante de glórias. Obrigada, pai! Obrigada, Oscar Cox, Preguinho,Castilho,Telê! Feliz aniversário, Fluminense.
::Toques rápidos::
– Nada como o torcedor da gema, local, acostumado a ir no Maracanã. Assim é todo o torcedor do Grande Rio.
Nada como a percepção da redução do valor absurdo dos ingressos num momento da pior crise econômica dos últimos 30 anos, que continua na UTI.
Nada como a diretoria sair do marasmo característico da gestão de Peter Siemsen no futebol e começar a tentar jogadores já prontos, não mais apostas de alto risco de erro, que seja por sua vaidade, atingida por aceitar, novamente e novamente e novamente, um time de jogadores atuando no Fluminense com a apatia de desempregado ou o descaso de quem odeia o trabalho que tem: até “o craque do time dos casados das peladas de domingo no aterro do Flamengo”, mais conhecido como Cícero, foi vibrante em campo!
Nada como tratar o futebol com quem é do futebol. Sem as engomados frívolos pelos ar-condicionado, números e estatísticas quando o futebol é paixão e ciência humana, não exata. Nada como o encontro do torcedor com seu time. Foi um presente de aniversário!
– Sejam bem-vindos TODOS os novos reforços!
O pacotão do meio do ano para salvar mais um ano que se montou um elenco ridicularmente mal montado (pelos amadores Mario Bittencourt e Fernando Simone, com aval do Peter e opiniões do Fred), até que parece bom pela circunstâncias – muita pressa, urgência, o que leva a atropelos.
– Se Sornoza for confirmado será excelente. Mesmo que para janeiro. Só em pensar num craque, num jogador pronto que chegue para ser titular, já prova a mudança de mentalidade de respeito pela grandeza do clube. Bola dentro do Jorge Macedo.
– Nunca vi o Rojas jogar, mas se tem aval de Julio Cesar Romero já aprovo.
– Lembro do Danilinho no Galo: rápido, liso, um jogador que joga em direção ao gol, objetivo. Meu único “talvez” é em relação à sua velocidade e explosão porque ele precisa disso para render bem. Torcendo!
– Há sete anos Marquinhos era um jogador bem comum, que não é bom nem ruim, que faz os fundamentos do futebol nota 5 (passe, finalização, visão de jogo, etc.). Mas nosso futebol caiu tanto, tanto, tanto, que não duvido que ele possa ajudar mais do que em 2009 quando fez duas, três coisas boas na temporada, mas pelo gol que nos salvou, virou herói.
– Já Wellington Silva é mais um daqueles exemplos estranhos do nosso futebol e que, não raro, infelizmente, acontece muito nas Laranjeiras: a saída precoce sem sequer se firmar no time titular. O jogador é vendido antes mesmo de virar profissional e render bem no profissional. Coisas da Bolsa de Valores bilionária que é o esporte no mundo.
Sempre gostei muito dele, mais até do que do Nem, aliás como também gostei do Marinho (agora no Vitória), que era jogador do Bismarck quando esteve no Flu, mas não quiseram renovar.
Não o vejo como um fracassado. Conhecendo um pouco dos bastidores, ainda mais sei que várias situações devem lhe ter faltado para que tivesse o respaldo necessário e vingar.
Acredito muito nele. Habilidade, tem. Com isso, está capacitado. Estou com ótimas esperanças em relação a ele. Vamos lá, moleque!
– Como já vinha elogiando o Maranhão, vou cornetar a galera: realmente me surpreendo com os comentaristas de rodada, os comentaristas de um jogo! Jurava, antes das redes sociais, que a nossa torcida fosse diferente. Rá, não é nada! Só vocês mesmos…
Feliz aniversário, Fluminense. Bendito 21 de julho de 1902! Bendita Torcida! Bendito Tricolor!
Panorama Tricolor
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Imagem: bc