O torcedor carioca estã órfão do ex-maior do mundo e isso fica claro nas médias de público dos jogos no Engenhão. O João Havelange não caiu nas graças do público carioca, que tem muita rejeição ao estádio e a sua localização. Exceto os botafoguenses, por motivos óbvios; afinal, alugaram o estádio da prefeitura e são os responsáveis por sua manutenção, enquanto todas as outras torcidas fazem bico por terem que assitir jogos lá.
O torcedor vascaíno não liga muito para isso, afinal desde muito tempo tem seu estádio e utiliza quando do mando de campo, exceto em clássicos – o que particularmente acho um absurdo.
Como se não bastasse a enorme rejeição de tricolores e flamenguistas ao estádio, a situação ainda se agrava pela péssima administração por parte dos botafoguenses, o que faz com o equipamento esteja se deteriorando rapidamente. Quem frequenta o estádio sabe das péssimas condições dos banheiros com torneiras que não funcionam e constantes alagamentos. O telão está um lixo. Quem não se lembra do apagão do ano passado no jogo do Flu pelas oitavas da Libertadores que deixou o estádio às escuras por um bom tempo?
E o gramado? Este é um caso à parte. A administração alvinegra nunca conseguiu manter aquele gramado de forma decente. Nunca! Para completar este cenário de filme de horror, o presidente do maior entre os pequenos resolveu dar “pitís” na imprensa e atá mandar o Fluminense jogar no aterro, como fosse muita coisa ser inquilino do Engenhão! Patético!
As obras no Maracanã estão acabando. Em breve, o estado mais famoso do mundo estará operando novamente. Parece que a gestão do estádio ficará a cargo da iniciativa privada e espero que o Fluminense esteja se movimentando para participar de forma compartilhada desta gestão.
Defendo com unhas e dentes a gestão compartilhada do estádio com Flamengo e a iniciativa privada. Podia ser algo parecido nos moldes do estádio que quando é utilizado pelo Milan é chamado de San Siro e quando usado pela Internazionale é chamado de Guisepe Meazza, e na verdade é o mesmo equipamento. Defendo, inclusive que o Maracanã seja chamado de Mário Filho quando jogar o Flamengo e de Nelson Rodrigues quando jogar o Fluminense, em referência aos irmãos que torciam, um, para o Fla e outro, para o Flu.
Não devemos ser arrogantes e achar que a gestão compartilhada com o Flamengo seria um equívoco. Deixemos a rivalidade de lado. A gestão compartilhada seria bem menos onerosa para os cofres do Fluminense e poderemos trabalhar um bom marketing com isso, como um Fla-Flu marcando o início de temporada, entre outras ideias.
Não acredito que a busca por terreno e parceiro para a construção de um estádio novo seja uma boa idéia. Seria muito custoso para o clube tornando-se quase uma utopia. Concordo com o grupo que pretende construir um estádio nas Laranjeiras para o caso de jogos sem muito apelo, mas o norte deve ser a gestão compartilhada do Maracanã.
Sonho com a volta do Maraca todos os dias. E torço para que aconteça logo!
Espero que o Fluminense não perca esta oportunidade de ter em definitivo o Maraca como a sua casa, mesmo que de forma compartilhada.
Que assim seja
Marcus Vinicius Caldeira
@mvinicaldeira
Panorama Tricolor/ FluNews
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Imagem: Terra