Por que não três zagueiros? E os dilemas da camisa rosa (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, já que passamos uma semana no vazio, vamos trabalhar um pouco hoje, aquecendo as turbinas para o Vovô de amanhã.

Para ser objetivo, vamos logo tentando explicar por que a minha preferência pelos três zagueiros.

Vocês já devem ter percebido que amanhã entraremos em campo com a nossa famosa dupla de zaga: Nino e Matheus Ferraz. Vai que o xerifão tenha voltado à velha forma de 2019…

O que Odair fará com Lucas Claro, quando a Covid passar, que vinha sendo nosso melhor jogador? O que fazer com Digão, que retorna ao banco de reserva e também tem sido uma peça segura, fora Luan e Frazan, cujas carreiras prometem muito?

Na partida contra o Coritiba devemos reconhecer que o nosso sistema defensivo não apresentou a segurança de nossos melhores momentos na temporada, embora, pelo menos até a saída de Wellington Silva, tenhamos tido uma produção ofensiva muito acima dos últimos jogos.

Não devemos contar muito com os três gols da segunda etapa, quando a defesa do Coritiba cometeu falhas em sequência.

Como usar três zagueiros? Com que esquema. Eu penso que um que nos permita ter volume ofensivo e uma boa recomposição defensiva.

Nesse aspecto, uma variação tática qualquer de 3-4-3 ou 3-5-2 se aplicaria perfeitamente. Que tal, por exemplo, uma segunda linha intermediária formada por Julião, Dodi, Yago e Danilo Barcelos?

Vejam bem que estou trabalhando com o que temos para amanhã. Logo, a zaga seria formada por Matheus, Digão e Nino.

Uma ideia que me agrada, principalmente analisando os primeiros 30 minutos da partida contra o Coritiba, quando Wellington Silva atuou mais por dentro, espelhando a movimentação de Michel Araújo pelo outro lado, é o 3-4-2-1.

Não, eu não escalaria o Pacheco. Experimentaria Nenê atuando mais pelo lado esquerdo e Araújo pelo lado direito, com Fred fazendo o pivô. Nenê e Araújo não atuariam pelas beiradas do campo, função que caberia aos alas: Danilo Barcelos e Julião. Esses poderiam explorar o corredor lateral.

Nenê e Araújo fariam os lados, mas atuando mais fechados, próximos a Fred e dando opção aos volantes (Dodi e Yago), que viriam construindo o jogo por dentro.

Para dizer a mais pura verdade, não é nada muito diferente do que Odair adotou nos primeiros 30 minutos do jogo contra o Coritiba. Razão pela qual eu descarto Pacheco, que não se mostrou capaz de manter produtivo esse desenho tático.

Eu deixaria Pacheco como opção para o segundo tempo, mas para fazer a ala esquerda, no lugar de Danilo Barcelos.

Quanto a Fred, acredito que possa ser produtivo atuando com dois homens mais próximos (Nenê e Araujo), tendo com quem triangular.

Quanto à recomposição, penso que seria bem simples com três zagueiro de origem e uma linha média com quatro jogadores, em que os alas se encaixariam na última linha dependendo do balanço  da mesma. Na fase defensiva extrema, poderíamos até estar recompostos no 4-5-1.

Podemos, com uma vitória amanhã, alcançar o G-6, já que o Vasco, adversário direto nesta briga, encara o Galo em Minas. Com mais dois jogos contra times que militam na zona de rebaixamento (Goiás e Bahia), podemos até pensar em terminar a sequência no G-4.

É possível? Sim, é, mas isso deveria ser mais pelos nossos méritos. Ainda somos muito penalizados pelas escolhas táticas e individuais de Odair, assim como pela falta de material de qualidade para o setor ofensivo.

É o Lucca que vai ajudar a resolver? Marcos Paulo fica? Odair se renderá a Ganso e Miguel como titulares? Responder a essas perguntas é indicar com clareza qual será nosso futuro no campeonato.

O pensamento atual ainda é a tentativa de encontrar um encaixe para as peças erradas. Inclusive, será que Luis Henrique não encaixaria bem nesse 3-4-2-1, quem sabe até de ala?

Ao contrário do que muitos dizem, nosso problema não é o elenco. Temos opções, inclusive no Sub-23. O problema é a forma como está sendo usado.

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A camisa rosa lançada pela Umbro une um senso de oportunidade comercial ímpar com um belíssimo trabalho de branding.

Quanto ao trabalho de branding, valoriza e se coaduna com o estilo do Fluminense, cujo Marketing tem se voltado, já faz tempo, para o engajamento com causas que são caras à sociedade. Ou seja, é uma campanha coberta de lógica, principalmente se a Umbro quer seguir esse caminho para sua própria marca, que é uma escolha muito sensata e atual, que tem grande receptividade junto ao público, haja vista o grande volume de vendas da camisa rosa.

Do ponto de vista comercial, a Umbro foi certeira, pois explorou muito bem uma causa para gerar receita fora da caixa, tanto para ela própria, quanto para o Fluminense, que tem participação nas vendas.

Há aspectos negativos? Bom, eu imaginei que o preço da camisa seria um entrave para as vendas, já que a mesma tem o preço de camisa oficial. O fato, porém, é que o Marketing da empresa deve estar alguns passos à frente da minha mera suposição. Marketing não é suposição, é ciência. Tudo leva a crer que um estudo sério foi feito para que o produto fosse lançado no preço em questão. Então, ponto para a Umbro.

O que definitivamente não me convence é o modelo de negócios que se consolidou no Brasil, não sei se também no resto do mundo, na relação entre clubes e fornecedores de material esportivo.

Disseminou-se a crença de que os clubes são vendedores de camisas e não um investimento de Marketing. As empresas estão estampando suas marcas na camisa de milhões de pessoas, aparecendo em transmissões que alcançam outros tantos milhões de expectadores, explorando os valores de marcas extremamente valiosas, tudo de graça.

Isso é uma tendência que desvaloriza as marcas dos clubes e achata as receitas, porque o core business dos fabricantes de material esportivo não é vender camisa de clubes, mas moda, estilo e performance esportiva, o que atinge um público dezenas de vezes maior.

Quando os clubes se limitam a receber comissão por mercadoria vendida, se tornam meros vendedores, deixando de receber pelos benefícios que entregam à marca da fornecedora. Em outras palavras, não há patrocínio e sim uma parceria meramente comercial. No entanto, campanhas como essa, do outubro rosa, mostram que há muito mais que vender camisas nessa relação. Há conversão de público em fãs.

É só ver o caso da Unimed Rio e o salto em seus resultados quando patrocinou o Fluminense. Um salto que acabou se disseminando para a Unimed Brasil, prova de que o patrocínio é um investimento que pode ser poderoso. A questão é que para as empresas pensarem no clube como investimento é necessário uma transformação enorme dessas entidades como organização, o que passa pela política interna e externa.

O que nos leva a um aspecto incômodo dessa campanha, que é a falta de interesse do clube em privilegiar seus sócios. Nenhum desconto, nenhuma preferência, rigorosamente nada para diferenciar aqueles que contribuem mensalmente para manter o clube de pé.

Eu já elogiei alguns comportamentos do atual Marketing do Fluminense, mas o que vimos mostra a Umbro com um grande trabalho de fidelização e o  Fluminense com nenhum, o que é absolutamente deplorável para um clube que tanto precisa do torcedor.

Vamos prestar atenção no serviço, galera!

Tirando tudo isso, vale pontuar que o Outubro Rosa é uma campanha mundial de combate ao câncer de mama, não é uma campanha de apoio ao orgulho gay. É sempre importante prestar os devidos esclarecimentos aos ignorantes, embora o Fluminense se posicione como clube que respeita a diversidade. Uma bola dentro do nosso Marketing, que não vem de hoje.

Eu só posso atribuir os chiliques de alguns cavalheiros nas redes sociais a uma certa insegurança, se é que me entendem.

Vamos despoluir essas mentes, porque a única coisa que fica feio nessa história são esses chiliques.

Aquele abraço e Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

2 Comments

  1. Já algum tempo já venho dizendo que o esquema do Dou deveria ter 3 zagueiros de origem. Claro, Digão e Nino ( Ferraz ), pois os laterais não tem vocacao defensiva. É só ver a quantidade de gols sofridos em jogadas aéreas onde o Calegari não consegue ganhar a jogada. Já na frente, Fred pode até jogar, mas Nenê teria de ser o segundo atacante, e não jogar na ponta isolado. Ou então, W.Silva e Araújo fariam o trio ofensivo com ele. O meio, Hudson, Dodi, Calegari e Yago. 3-4-2-1 Com Silva e Araújo,…

    1. Fala Tarciso!

      Já vi que você gosta do esquema. Eu acho que dava para explorar bem o elenco com esse esquema.

      Para o jogo de amanhã eu só coloquei quem pode jogar, mas dava para entrar várias peças que estão com Covid como titulares.

      St

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