“Se um dia o mundo acordar e vai acordar… Verá, verá, verá… Uma luz brilhando no horizonte… E vai se transformar”. Este é o início de um belo samba do Salgueiro que diz “E por que não acreditar?” e pede paz ao mundo. Usando esse samba, esse enredo e trazendo para o mundo da torcida tricolor eu pergunto: e por que não acreditar no penta campeonato este ano? Há meses atrás, estávamos perdendo um patrocínio que dava um dos maiores aportes de dinheiro a um clube de futebol (embora nos últimos meses não tivesse honrando seus compromissos, fruto da grave crise financeira em que a empresa se meteu), e isso, no meio de uma crise econômica no país e com investidores fugindo do futebol. Um cenário tenebroso. Mas a gestão soube dá resposta rápida. Se preparou para tal.

Para o jogo contra o Cruzeiro, o time entrou bem desfigurado. Sem Edson, Vinicius, Geovanni e Wagner. Enderson improvisou Vitor Oliveira na direita e colocou Gustavo Scarpa no meio junto com Marco Jr. e Gerson. Só Xerém. Pierre formou a dupla de volantes com Jean. A zaga voltou a ser composta por Gum e Antonio Carlos, com Marlon voltando ao banco. Muitas mexidas.

Com tanta mudança forçada, no primeiro tempo o Fluminense não jogou bem. Havia um buraco no meio. Vitor Oliveira se limitou a defender (isso durante o jogo todo) e até que o fez bem, mas não ia ao ataque. E Gerson, Marco Jr. e Scarpa não se entendiam. De perigo mesmo, só um voleio magnífico de Fred que quase marcou um golaço e um pênalti não marcado no nosso camisa nove. Aliás, mais uma vez Heber Roberto Lopes e companhia foram tenebrosos na arbitragem. Ainda expulsou Enderson Moreira, que reclamou de forma justa de uma não saída de bola marcada contra o Fluminense.

No segundo tempo, mesmo sem fazer alguma alteração, o time foi outro. Marcou mais adiantado e com maior pressão e Gustavo Scarpa, Marco Jr. e Gerson cresceram de produção. Wellington Silva passou a ir mais ao ataque dando opção lá na frente. E criamos chances. Numa delas, Gerson cruzou rasteiro para Marco Jr. quase abrir o marcador. Fábio ainda fez uma bela defesa em jogada de escanteio e Scarpa perdeu uma de ouro em cobrança de falta chutando na barreira. O Cruzeiro não ameaçava. Leandro Damião – um bonde – deu um chute que foi parar na lateral.

E, de tanto martelar, eis que sai o gol da vitória, de Gustavo Scarpa, oriundo de Xerém. Em cobrança de falta na entrada da área, Jean toca para o lado e o garoto acerta um petardo sem chances para o goleiraço Fábio. Gol chorado quando a torcida entoava “À benção, João de Deus”. Lindo! Espetacular! Uma poesia que só 18.000 tricolores puderam presenciar ao vivo. Eu lamento por quem não vai ao Maracanã ver o Flu jogar e sua torcida embalar o time. Não sabe o que está perdendo.

Ainda tivemos chances de ampliar quando Scarpa – o nome do jogo – deu uma enfiada para o Marco Jr. que, de cara, para o Fábio chutou em cima do goleiro. Pierre sentiu e deu lugar a Rafinha, Enderson já tinha colocado Renato no lugar de Vitor Oliveira e, no final, tirou Jean – extenuado – para colocar Marlon por ali.

Vitória maiúscula, difícil, contra o atual bicampeão brasileiro, que nos levou à vice-liderança do campeonato e que nos dá condições de sonhar.

Com as chegadas de Osvaldo, Wellington Paulista e Ronaldinho Gaúcho (está tudo acertado, só basta assinar o que já aceitou) e a molecada decidindo temos elenco para brigar pelo título, sim. Fred está empolgado de novo e comanda a rapaziada. Edson e Jean formam a melhor dupla de volantes do campeonato brasileiro. Enderson encaixou o esquema e o time. Cavalieri segurando firme lá atrás.

Não há motivos para não sonharmos com o título.

Que venha o Atlético Paranaense.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @mvinicaldeira

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