Hora de furar a bolha da política tricolor (por Owerlack Junior)

Nesta semana tivemos duas aparições do presidente Mario Bittencourt em programas esportivos.

Como não poderia deixar de ser, a repercussão no meio da torcida tricolor foi grande.

Costumo sempre dizer que a internet e as redes sociais nos empurraram para verdadeiros guetos.

É natural a busca, a aproximação aos grupos que tenham identificação de pensamento, postura, valores com os quais comungamos.

Mas isso também nos condiciona nessas bolhas e passamos a acreditar que as idéias e opiniões da bolha sejam gerais.

Aí é que mora o perigo. Fiz esse introdutório longo para voltar às entrevistas do Mario.

O presidente do Fluminense é um advogado renomado no âmbito da justiça desportiva. Tem o dom da oratória e tem o tempo atual para construir sua narrativa.

Fala dos problemas herdados como se não tivesse ajudado a agravá-los, fala de ex-dirigentes como se não tivesse partilhado administrações passadas com eles. Vende seus quase dois anos de mandato como o início da caminhada rumo à terra prometida.

Para muitos, um boquirroto mentiroso e fanfarrão.

Para outros, tira leite de pedra e, se o deixarem trabalhar, transformará o clube novamente numa potência desportiva.

Não vou entrar no mérito do que foi dito nas entrevistas e nem o que penso; apenas queria lembrar que a verdade das bolhas nem sempre é o que parece.

Furar as bolhas e fazer emergir as discussões com o contraditório de opiniões é o desafio para trazer a torcida para a realidade.