Nesta quinta faleceu Sebastião Araújo. Ele trabalhou por muitos anos no Fluminense.

Desde a década de 1960, atravessando a de 6070 com preparador físico, depois como treinador por um breve período em 1979. Anos mais tarde, voltou em 1987.

Fez parte também na comissão técnica da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Argentina.

Depois do Flu, fez muito sucesso no mundo árabe e teve uma carreira internacional importante. Do Acre para o mundo.

É reconhecido por vários ex-jogadores do Clube com alguém muito especial, não somente como preparador mas como amigo e professor.

Também deu aulas na rede pública de ensino do Rio de Janeiro.

Pouca gente se lembra e o tempo foi curto, mas Sebastião Araújo foi o treinador do Fluminense numa das partidas mais marcantes se tem notícia nos últimos 45 anos: o Fla x Flu de outubro de 1979, com a grande vitória do Fluminense por 3 a 0. O golaço de Cristóvão driblando e deixando Manguito a ver navios. A defesa monumental de Paulo Goulart contra Zico no pênalti – por sinal, Paulo é o aniversariante dessa mesma quinta-feira.

Tudo isso aconteceu há muito tempo.

Paulo Goulart fez 66 anos, Sebastião Araújo deu adeus e, no mesmo dia, Astor Piazzolla completaria 100 anos.

O bandoneon do mestre portenho seria um belo réquiem para Tião.

O Fluminense vivia um momento bastante difícil naquela época, 1979: já completava imensos três anos sem título.

Naquele tempo era assim: passou três anos sem taça, a torcida já ficava desesperada.

Tião foi comandante um dia de glória do Fluminense para mais de 100 mil pessoas.

As crianças que estavam no Maracanã naquele dia nunca mais se esqueceram do Fla x Flu. Eu era uma delas.

Quando Paulo Goulart, o Paulinho, defendeu o pênalti de Zico, foi a primeira vez na minha vida que vi a nossa torcida gritar como se fosse um gol, mas sem ter sido. Todos se abraçaram muito, foi bem emocionante.

No fim, o gol de Cristóvão foi espetacular, mas na hora eu não vi. tinha muita gente grande na frente alguém pulou, eu não consegui ver a conclusão. Só vi Cristóvão correndo, meu pai me abraçando, as pessoas pulando e aquele carnaval na torcida do Fluminense.

Depois, revi o gol. Já revi muitas e muitas vezes, e em todas elas eu me lembro de que estava lá. Carlinhos, Edinho, Pintinho, Cléber, Parraro. Faz muito tempo.