Editorial – A nova pantomima dos “porta-vozes”

Qualquer pessoa sensata que acompanhe futebol e se interesse por bastidores sabe que este é um meio sem bonzinhos. Salvo raras exceções, é literalmente cobra atacando cobra, assim como em boa parte dos ambientes profissionais.

O próprio Fluminense tem pessoas no mínimo duvidosas em sua galeria de ídolos. Gente que disse amar o Flu mas o sangrou sem piedade…

A vida segue e a máquina de patifarias da política tricolor está em plena atividade, mal esfriada a eliminação na Libertadores. Afinal, o rombo financeiro é uma realidade, está difícil surgir novas receitas de vulto e o jeito é fazer o de sempre: tratar o torcedor como idiota.

MBAs em vestiário (que nunca tiveram sequer um diploma de datilografia, quando esta era oferecida em cursos sem exigência de escolaridade) agora buzinam a sugestão de que a “sujeira interna” foi a responsável pela derrota para o Atlético-MG. Já os estagiários de picolelebridades atacam a torcida (que não pode abandonar o clube nem deixar de pagar as mensalidades aumentadas em 100% nos últimos meses).

Mas afinal, a “sujeira” só surgiu semana passada? Porque os bonecos da gestão há dois meses se depararam com o time na lanterna do Brasileirão e não detectaram nada…

O que será que aconteceu? Ou o que mudou?

Curiosamente, os ruídos só surgiram depois que jornais de grande circulação apontaram as infrações contábeis da peça de teatro cômico que o Fluminense chama de balanço.

Antes, nada.

Uma respeitável coincidência.

Afinal, é uma denúncia ou mera cortina de fumaça para aliviar o chefe?

É curioso que os senhores da moral e dos bons costumes façam cara de paisagem a respeito desse tema e de outros também, como as quase doações de Agner e Kayky Almeida… Ninguém se mostrou indignado com a sugestão da barbaridade que seria trocar Martinelli por três refugos do Palmeiras…

O desastre diante do Atlético constrangeu e entristeceu a torcida tricolor. Mas nunca é demais repetir: no futebol não há bonzinhos. Quem tem ídolo é criança.

O que será que fez o Fluminense ter feito uma boa partida diante do Botafogo, cujo resultado foi destruído pelo ex-jogador que lidera o vestiário, para depois cumprir uma atuação tão desastrada em Minas?

Talvez seja uma pergunta que jamais terá resposta.

Mas não a única. Longe disso.

Quando o aconteceu o incrível lance que resultou na cobrança de pênalti de Calegari contra o Botafogo, ano passado, havia sujeira também? Se havia, nenhum MBA de vestiário denunciou nada…

Quem se lembra do bom zagueiro Luccas Claro?

Silêncios seletivos? Verborragias de conveniência?

Não se fala de empresários ligados diretamente ao clube, bem como suas operações?

Ou apenas o caso da sorte, ou melhor de sua falta, segundo o Venerável Rei-Sol? Não é a Live Sorte, mas sim a falta de sorte do time…

De toda forma, o Fluminense segue sendo vanguarda para o bem e para o mal.

Depois de realizações que influenciaram o futebol brasileiro para sempre, nos últimos tempos o Tricolor tem sido vítima de oportunistas que surgem dentre as três cores, e que vão de “influencers” nunca vistos nas arquibancadas até bem pouco tempo atrás, passando por especialistas de scout sem formação, militantes políticos que alternam situação e oposição a cada dia, exóticos soldados digitais da gestão, fiscais de produção da internet tricolor, vaiadores profissionalizados (que só vaiam determinados players), militantes anti-torcida e outras criaturas inusitadas, para não dizer patéticas. Nenhuma destas em condições de publicar seus currículos ou elencar seus trabalhos a favor do clube.

Agora, inédito era defensores da ética e da correção moral patrocinados por bets.

É. Não falta mais nada.

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