Falei isso na campanha eleitoral de 2019, quando muitos deram suspiros e resmungos incomodados: o Fluminense tem os zangões de Xerém, que têm que ser afastados pois dilapidam nosso patrimônio e descaracterizam nossa alma!

Muitos jovens já são vinculados a “agentes” desde os 10 anos de idade, em um conceito onde o jabaculê prospera sem qualquer pudor. Temos até casos em que ex-funcionários do Flu saem do Clube para agenciar jogadores com quem eles conviveram desde crianças, em uma postura ética inaceitável, em especial pela permissividade com que dirigentes assistem isso como se fosse uma coisa normal.

Esse processo promíscuo, agora atestado pelos dados publicados pela FIFA, de que somos os recordistas na negociação de jogadores explica dois fenômenos:

1) A falta de amor pelo Clube que esses garotos demonstram quando saem, pois muitos observam desde meninos esse movimento e se sentem mercadorias manipuladas por esse sistema de agentes/empresários, com pitadas de leniência e cegueira convenientes;

2) O distanciamento entre o nosso excelente posicionamento que temos no âmbito nacional em todas as competições da base e nosso desempenho mão profissional, onde somos carregados de outros embustes e barangas de empresários, obstruindo a ascensão de jovens ao profissional, para que possam ser vendidos a preço de banana e não possam ser vistos como jogadores promissores, como foi o caso do Metinho e agora começa a se delinear com o Jefté, que sequer fica no banco diante de dois laterais pífios do mesmo empresário;

O fato é que essa roda viva dos zangões de Xerém não começou com essa Diretoria atual, mas vem se agravando e perpetuando, fazendo com que nosso diferencial mais importante, que é a formação da base desde o futebol de salão a Xerém, tenha esse dado atestado pela FIFA como o grande centro de “negociação”.

Coincidentemente a Pandemia faz com que a Globo esteja fazendo a reprise de uma minissérie, “Verdades Secretas”, onde uma cafetina explora suas meninas que só têm o sonho de ser modelos.