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Depois de 40 anos acompanhando o Fluminense, já colecionei histórias de todos os tipos: gols impossíveis, vitórias inacreditáveis, dramas insuperáveis.
Ontem, tive um sabor especial. Ao voltar de viagem do lançamento de “O pó do caminho”, livro de poesias do nosso camarada Felipe Fleury, passei o jogo inteiro numa situação raríssima. No primeiro tempo, acompanhava o evento com o pouco sinal de internet disponível. No segundo, persegui o Fluminense entre os silêncios e o escuro da descida da serra, também sem sinal, sem rádio e esperando pelo melhor somente pelo pensamento. Torcer, pensar, sonhar, desejar o melhor, mergulhar na surpresa, nada a temer no final.
Desembarcamos no Metrô de São Cristóvão já com o jogo encerrado, ninguém na rua e na plataforma. Finalmente Marina conseguiu conexão, vibramos com o 1 a 0 que não pudemos ver e comemoramos a valer. Uma alegria só!
Ao entrarmos no trem, sentimos uma energia boa, positiva, leve. Muitos tricolores nos primeiros vagões, lotados, e outros nos posteriores, abraçados, conversando, namorando. Um mar de tranquilidade. O espírito da paz.
Saltamos na Cinelândia. Boa parte seguiu pela linha 1 rumo à Zona Sul. Outros desceram conosco. Todos caminhavam com tranquilidade e elegância, satisfeitos depois de uma vitória de lavar a alma contra um time sempre difícil. Em certo momento, uma camisa 10 tricolor brilhava à noite no horizonte da escala rolante, vizinha ao velho e inesquecível relógio do Edifício da Mesbla.
Há muitas maneiras de se ver um jogo. Uma delas é observando a felicidade discreta e elegante dos torcedores do Fluminense, navegando pela cidade ao fim da partida. Lamentei não estar presente, mas vivi rapidamente uma outra vitória. Foi bem diferente, fomos felizes.
O espírito da paz, gente.
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O grande vitorioso da noite foi o conjunto do Fluminense em todos os aspectos: a garra, a luta, a superação das próprias limitações, o reencontro com sua torcida, o brilho de JC na meta. Preços modestos são um incentivo real para a presença. E, claro, a facilidade de chegada ao Maracanã, que deve ser sempre o palco principal do Fluminense, que é clube grande, tem torcida grande e tem que jogar em estádio com história.
O segundo palco deveria ser sempre Laranjeiras, por dois mil motivos que já escrevi aqui dezenas de vezes.
Alguém sonharia com o bom público de ontem se o Fluminense jogasse no Barrão, no CDDzão ou no Recreião às sete e meia da noite de quarta-feira?
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O grande derrotado da noite foi naturalmente Gustavo Scarpa.
Milionário, jovem, ganancioso, leviano, derrotado.
Ao término do jogo, resolveu “responder à altura” com o rosto raivoso e palavras contidas a um repórter.
Pela-saco.
Digno de pena e do mesmo desprezo que merecem todos, absolutamente todos os babacas que, em busca da “fama” (pfffff…) e dos láiques, diariamente penduram melancias no pescoço e no rabo para aparecer às custas do Fluminense, que por sua vez não precisa desta gente para absolutamente nada. E menos ainda de Scarpa: se possui um bom futebol (ainda que superestimado e superpropagado em 2016 para amenizar a ira pela saída de Fred), é muito distante do que pensa jogar de verdade.
Que descanse sem paz.
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Para o orgulho da nossa casa panorâmica, o genial Felipe Fleury lançou ontem “O pó do caminho”, seu primeiro – e excelente! – livro de poesia.
O lançamento foi na Casa de Cláudio de Souza, imortal da ABL, em Petrópolis, com o prestígio de amigos, intelectuais e escritores como Elika Takimoto. Naturalmente, eu estava lá para dar um abraço no amigo querido.
Agora não somos “apenas” uma casa de escritores publicados, mas também de poetas. Quem lê o Fleury por aqui já sabe há tempos: é presença obrigatória em qualquer lista de cinco nomes de cronistas top do Fluminense. Se não tem o nome dele, pode jogar a lista fora.
Já, já, Paulo Rocha lança o sensacional “Coração de Tricolor” daqui a dois sábados na General Glicério, em Laranjeiras.
A caravana do PANORAMA não para. Quem pode, pode, escreve e é publicado por editora; quem não pode, bosteja no Facebook…
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Os problemas são muitos, mas vencer é bom demais.
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Dia 26 de julho.
Telê Santana e Maria de Lourdes Andel, amo vocês onde quer que estejam.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel