O vitorioso primeiro trimestre do Fluminense (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, não há dúvidas de que este foi um dos melhores inícios de ano de nossa gloriosa história. Duas derrotas apenas, para Nova Iguaçu e Internacional (fora de casa), ambas com o time reserva ou praticamente reserva, três empates em jogos duríssimos, contra Madureira (pela semifinal da Guanabara), Flamengo (pela final) e Criciúma (fora de casa pela Copa do Brasil) e o restante de vitórias. Aproveitamento de time gigante, principalmente se pensarmos que não temos Scarpa já há alguns jogos, lesionado, e ficamos recentemente sem Orejuela, convocado pela seleção equatoriana. E é óbvio, fomos campeões do primeiro turno do estadual.

A consequência é que estamos garantidos nas semifinais do Cariocão dependendo apenas de um empate para avançar à finalíssima, passamos à quarta fase da Copa do Brasil para enfrentar o Goiás – escapando de um possível clássico nacional – e, na Primeira Liga, dependemos de uma vitória sobre o Brasil-RS em casa para avançar à próxima fase, o que é absolutamente factível dada a bola que esse time vem jogando. Em abril, teremos mais uma competição, a Copa Sul-Americana, da qual tratarei com mais profundidade na minha próxima coluna. Nas três competições que disputamos até aqui, os prognósticos são excelentes e as estatísticas estão jogando muito a favor.

O time titular é ótimo, e alguns suplentes também. Mesmo sem o Scarpa, que vinha sendo nosso motorzinho, as vitórias continuaram saindo. Richarlison entrou muito bem na equipe e já pleiteia sua titularidade – acredito que vá consegui-la mesmo após a volta do Gustavo, pois Dourado está abaixo dele neste momento; Wendel tem surpreendido muito positivamente, e eu não estranharia se ele barrasse o Douglas. Pedro é outro que está pedindo passagem, mas enfrenta forte concorrência. Além destes destaques, Calazans, Marcos Jr., Nogueira e Lucas Fernandes sempre são úteis em vários momentos de vários jogos. Todavia, só isso não basta.

Temos no outro extremo aqueles que não vêm rendendo e que são até problemas devido ao altíssimo salário que recebem, casos de Osvaldo e Marquinho. Júlio César, Reginaldo, Renato, Luiz Fernando e Maranhão não nos transmitem segurança quando precisam substituir os titulares. Marcos Felipe (a despeito de seu ótimo retrospecto na base), Frazan, Derlan, Mateus Norton, Matheus Alessandro, Patrick e Danielzinho (este último não sei o porquê) não foram testados o bastante para que eu possa ter qualquer impressão sobre eles. Não posso falar do guerreiro Gum, pois ainda não o vi atuar esse ano. Pierre também jogou pouco.

Por sorte, temos um baita treinador. Ele faz o time jogar uma bola redondinha e acerta a mão quase sempre nas substituições. O time treina jogadas ensaiadas, os jogadores se aplicam na marcação e fazem várias funções em campo. No último jogo, por exemplo, Abel já sinalizou que pode usar o zagueiro Henrique como volante, criando opções táticas. Mas há um problema que nem o mito conseguiu ainda resolver: nossa zaga. Embora tenha passado um longo tempo sem tomar gols, basta assistir a uma partida em que tomamos dois ou mais gols para perceber o quanto nossa defesa é frágil. Renato Chaves e Henrique ainda são bastante contestados devido a isso, mas talvez o problema não seja dos jogadores e sim da organização tática. Esta é a principal dor-de-cabeça de Abelão.

Enfim, tricolores, temos um time confiável e competitivo. Os primeiros três meses do ano nos mostraram que vamos brigar por Carioca, Copa do Brasil, Primeira Liga e, provavelmente, pela Copa Sul-Americana. O Brasileirão ainda me assusta. Penso que não temos elenco suficiente para encarar a competição e pensar nas primeiras posições. Lateral-direita, zaga (dois jogadores) e meio-campo são as principais posições em que precisamos de reforços. Talvez um outro goleiro reserva também. Se a diretoria também entender desta maneira e conseguir ser criativa o bastante para trazer reservas para as posições carentes que deem conta do recado quando entrarem, penso que podemos ir longe também na principal competição nacional.

Curtas:

– Lamentável a morte do torcedor do São Paulo no Morumbi. É claro que a segurança é um fator preponderante para evitar acidentes, mas bom senso e inteligência também. Que se torne um episódio exemplificante do que não fazer num estádio de futebol.

– Os direitos de imagem dos jogadores estão atrasados, mas a diretoria já deixou claro que irá quitá-los em abril. Guardemos os pedregulhos para se e quando o time começar a jogar de má vontade por conta de falta de dinheiro na conta. Esqueçam um pouco a política e deixem os caras trabalharem.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: asen