O futebol é muito dinâmico e o clima ruim em um dia, pode se transformar na semana seguinte. A sensação que a torcida tricolor tinha há pouco mais de uma semana, quando o tricolor foi humilhado pelo Goiás, mudou completamente e hoje, três jogos depois, é muito melhor e as perspectivas para os próximos jogos são mais animadoras.
O clima hostil que se formou entre torcida e Oswaldo de Oliveira, apimentado pela áspera discussão do técnico com o Ganso, culminou na demissão do treinador. Apesar de todas as intercorrências, o desempenho no jogo contra o Santos não foi dos piores. Pela atuação em si e até pelo resultado não acredito que houvesse a queda do Oswaldo, mas vieram os problemas e o técnico foi substituído.
Na partida contra o time de três cores do Sul, um desempenho melhor e três pontos na conta. Naquele momento, alguns dos possíveis treinadores sinalizaram pela negativa e a Diretoria se viu sem boas opções para trabalhar no curto prazo. Em paralelo, os jogadores transpareceram o agrado com Marcão no comando técnico. O resultado foi a efetivação do treinador e a sua manutenção.
Se a escolha por Marcão foi certa ou errada, o tempo dirá. Muita gente tem o pé atrás, afinal, os trabalhos apresentados até aqui nunca foram convincentes. Mas, o histórico com a camisa tricolor, a empatia e, sobretudo, o acolhimento dos jogadores fazem o contraponto.
O início do trabalho foi pautado no resgate daquilo que o Diniz tinha como fundamento do seu trabalho e, justamente neste ponto, houve a boa assimilação do grupo. Faz-se necessário, por outro lado, que o treinador tenha a percepção dos grandes problemas enfrentados pelo Diniz: o sistema defensivo. Jogar com a bola e com ofensividade agradam ao torcedor, mas futebol é, também, um bom sistema defensivo. Essa foi a grande falha do antigo comandante, que, para piorar, não reconhecia essa falha do seu time. Cabe agora ao novo treinador entender as falhas do time montado no início do ano e aliar com os méritos que possuía.
Nos dois jogos sob o comando do Marcão, aparentou haver uma atenção com isso: rápida recuperação na perda da posse e “matar” a jogada com rapidez quando perde a bola. Se for uma mudança de comportamento, o novo técnico tende a ter sucesso. Falhas técnicas vão sempre existir, pois o material humano não é dos mais qualificados. Um ponto de atenção deve ser a montagem do meio de campo, já que, para partidas fora de casa contra adversários mais fortes, a frente da área não pode ficar só com Allan e Daniel.
Feitas essas considerações, vejamos o que Marcão poderá oferecer. Talvez seja sua melhor oportunidade de consolidação no cenário nacional. Um elenco engajado, um trabalho bem estruturado pelo antigo treinador, peças interessantes para o modelo proposto e o apoio das arquibancadas. Já que foi a decisão da Diretoria, poderia ter tido um respaldo maior frente à imprensa. Mas, só de ter sido efetivado oficialmente, é um avanço.
Que faça valer a aposta!
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