Amigos, amigas, sei que o momento é inusitado para estar aqui me preocupando com Libertadores. Tão inusitado quanto o fato de não conhecermos ainda o nosso adversário nas oitavas de final.
Com a vitória sobre o Huachipato, no Chile, o Grêmio eliminou a equipe chilena e garantiu classificação às oitavas de final. No meu entendimento, foi eliminado aquele que seria nosso melhor adversário.
No próximo sábado, o Grêmio enfrenta o Estudiantes em Curitiba, para decidir em que posição decidirá sua participação na fase de grupos. Para alcançar o primeiro lugar, precisará derrotar a equipe argentina.
Caso isso aconteça, teremos o The Strongest como adversário nas oitavas, caso não, teremos o Grêmio. Qual é a melhor opção?
A minha opinião é de que o Grêmio é melhor adversário para o Fluminense do que o The Strongest. Não que a equipe boliviana seja superior à gaúcha, até muito pelo contrário, mas isso passa pelo fator “altitude”.
Temos a experiência de resultados desastrosos nessas condições, que nos afastaram da conquista de dois títulos internacionais contra a mesma LDU, em 2008 (Libertadores) e 2009 (Sul-Americana).
Voltando a 2024, em ambos os casos o Fluminense decide em casa, mas um confronto com o The Strongest é extremamente perigoso, mesmo que o Fluminense tenha se recuperado tecnicamente até lá. Há tempo para isso, já que a Libertadores só volta a ter jogos em agosto.
O The Strongest fez 10 pontos no Grupo C, sendo que nove deles foram conseguidos na altitude de La Paz. O que mostra o quanto tal condição é capaz de neutralizar a vantagem técnica do visitante, caso essa existe, o que não é o caso do Fluminense atualmente.
Embora o Grêmio seja mais qualificado, o único fator de desequilíbrio são as nuances do jogo. Temos muito mais probabilidade de vencer o Grêmio no jogo de ida do que o The Strongest, mas não é o risco de derrota que assombra, mas de um desastre na altitude, do qual seja muito difícil nos recuperarmos, sobretudo em se tratando de um time repleto de veteranos.
Tirando isso e direcionando a lente para nossas próprias possibilidades, urge que o Fluminense acabe com o marasmo em que se vê mergulhado ao longo de toda essa temporada.
A continuar exibindo esse futebol que não oferece espetáculo, não oferece desempenho e que garimpa resultados duvidosos, seremos presa fácil para qualquer adversário que venha nas oitavas de final.
Diante disso, nossas atenções se voltam para o Campeonato Brasileiro, que é um campo de batalha bifacetado. De um lado, precisamos avançar na tabela do Brasileirão, construindo uma sequência de bons resultados. De outro, Diniz precisa apresentar uma formação que volte a jogar um futebol que nos cause confiança e entusiasmo, para que avançar na Libertadores se torne uma realidade viável.
O problema é que eu não acredito muito nisso.
Diante do desempenho do Fluminense, se fosse para Diniz se curvar às evidências, já o teria feito, mas tudo indica que não vai fazer. Esse é um aspecto preocupante, mesmo agregando à análise a chegada de Thiago Silva e o iminente retorno de André em julho.
Isso porque podemos até chegar a agosto sem o próprio André e Jhon Arias, cuja possibilidade de transferência para o futebol europeu é real. Razão mais do que óbvia para reivindicarmos uma imediata reviravolta em nosso futebol modorrento mesmo com a ausência desses dois jogadores.
Até porque o Brasileiro tem que ser levado a sério. Não há nenhuma grande realização em nos afastarmos da zona de rebaixamento para no final da temporada reivindicarmos uma vaga no G-4 ou coisa assim, visando a Libertadores do ano que vem, caso não a conquistemos nessa temporada.
O Fluminense precisa avançar, encostar nos líderes e se posicionar em condição de conquistar o título brasileiro, que já não ganhamos há 12 anos.
Saudações Tricolores!