Amigos, amigas, o orçamento do Fluminense para 2019 se tornou de conhecimento público. Embora não estejam públicos alguns detalhes importantes ou a previsão de fluxo de caixa, é possível fazer algumas análises.
Vamos criar alguns tópicos para facilitar a leitura e o entendimento:
1 – Aparentemente, o superávit de caixa previsto é de R$ 19,895 milhões. A dúvida, aqui, é quanto às parcelas do AT e do Profut, que não aparecem descriminadas no documento publicado pela imprensa. Sendo conservador, as parcelas do At e do Profut devem somar, juntas R$ 26,5 milhões. Logo, temos uma deficiência de caixa de R$ 6,6 milhões.
2 – Não entram na conta acima as demais obrigações de curto prazo do clube. É aí que a porca torce o rabo. Só teremos uma noção do tamanho do problema com a publicação do balanço. Em outras palavras, para não comprometer o fluxo de caixa, o Fluminense precisará obter muito mais que R$ 6,6 milhões em receitas não previstas.
3 – A previsão de receitas com transferências de atletas é de R$ 40 milhões. A venda de Ibañez abateu essa conta em R$ 12 milhões. Dos R$ 28 milhões restantes, imagino que parte esteja relacionada a antecipações das parcelas da venda de João Pedro. O Fluminense detinha 100% dos direitos do atleta. Recebeu, até aqui, apenas R$ 12 milhões de possíveis R$ 44 milhões. Isso significa dizer que o Fluminense tem baixa dependência de novas vendas de atletas para cumprir o orçamento previsto nesse quesito, o que é um dado positivo.
4 – A nossa dívida bancária prevista era de R$ 27 milhões. Em setembro, porém, tomamos um empréstimo de R$ 50 milhões junto ao BMG. Isso totalizaria R$ 77 milhões. A questão é saber como o pagamento está parcelado. Se for no longo prazo, teremos uma pressão bem menor do passivo circulante sobre o caixa. A questão final a ser resolvida é chegar à necessidade do clube de fazer caixa além do orçamento.
O fato é que essa necessidade existe. Independente de qual seja o valor, o clube tem alguns caminhos a seguir para não comprometer seu fluxo de caixa e passar por situações como o atraso de salários.
– Obter grandes resultados nas competições que disputará, transformando essas participações em receitas com bilheteria, sócio-torcedor, receitas de televisão (Campeonato Brasileiro) e premiações.
– Obter receitas extraordinárias com a venda de atletas.
Eu poderia incluir aqui a tentativa de aumentar as receitas com marketing, mas isso já está previsto no orçamento. Então, as duas alternativas acima são o que nos resta. O problema é que são medidas antagônicas. Vender atletas pode significar perda de competitividade. Obter grandes resultados significa não ter que vender.
O cenário perfeito seria esse último, mas é aceitável um balanço entre essas duas medidas. Uma grande venda, combinada com o crescimento econômico, puxado pelo futebol, seria um ótimo cenário. Chegaríamos a 2020 muito fortes esportiva e economicamente.
O papel da torcida é importante desde já. Quem é de se associar, associe-se, quem é de ir aos jogos, vá. É preciso que criemos uma grande onda tricolor, como a do final da década passada, que culminou na conquista de dois títulos brasileiros.
A mídia tricolor terá, também, um papel importante. É preciso adotar uma pauta positiva, de apoio ao clube e menos voltada para suas mazelas.
A política também será importante, a partir do momento que o foco seja debater os caminhos para o clube. Cabe às eventuais candidaturas agir com seriedade e apresentar a nós o que pretendem alcançar e como pretendem fazê-lo. Espero que a política deixe a arquibancada e volte para os gabinetes.
É chegada a hora da grande união, porque nós ganhamos títulos quando estamos juntos.
Saudações Tricolores!
Panorama Tricolor
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