Por um lado, teremos novamente vários desfalques, mas o elenco tricolor tem dado mostras de sua força, resistindo às intempéries. Não chegamos perto do topo à toa. E, por mais que tenha claudicado em alguns momentos, o trabalho de Abel oferece resultados à vista – sua performance de pontos no campeonato brasileiro desde a chegada, ano passado, é altamente positiva.
Por outra via, o Fluminense retorna a um estádio onde sempre é bem-vindo: Raulino de Oliveira, Volta Redonda. Quem não se lembra de partidas fantásticas por lá? Os 7 x 1 contra o Juventude em 2004. Os 4 x 3 contra o Santos em 2005. O magro 1 x 0 contra o Avaí em 2010. A monumental – e improvável – virada de 3 x 2 contra o Atlético Goianiense, mais os 3 x 2 contra o Santos novamente – ave Márcio Rozário! – em 2011. Muitas outras histórias o tricolor já escreveu na Cidade do Aço. É um palco aconchegante, acolhedor, receptivo ao tricolor e que, quando cheio, permite uma pressão muito mais intensa do que no Vazião, ops, Engenhão – este, tradicionalmente dominado pela torcida “mar azul” (metáfora engraçada relativa aos assentos dos setores leste e oeste). Mais ainda: vai a Volta Redonda quem realmente quer, tirando de circulação quem trata as arquibancadas como modismo, entretenimento ou passatempo. Longe de querer determinar quem é “mais” ou “menos” tricolor (uma discussão infrutífera e até mesmo estúpida); contudo, fica claro que a campanha atual do Fluminense tem carecido de um público presente à altura das tradições tricolores. Enquanto isso, os que vociferam contra a hipótese de um novo estádio nas Laranjeiras são os mesmos que, pelos mais variados motivos, priorizam o PPW. É seu direito, não há a menor dúvida – mas afinal do que reclamam então?
Até aqui, estivemos sempre no alto da tabela. Mostramos força. Falhamos algumas vezes, claro, é normal dentro de um certame tão disputado e longo. Mas desde o começo o Fluminense mostrou-se com força para pleitear uma das vagas à Libertadores 2013. Aos poucos, percebemos que seria possível ir mais além. Cavalieri tem defendido como nunca. Gum foi um verdadeiro reforço para o setor defensivo após voltar de longa contusão. Carlinhos tem excelentes momentos, mesmo que com algumas manhas. Edinho, mesmo com seu futebol opaco, também tem cumprido excelentes jornadas. Jean brilha. Wagner, depois de um início tíbio, parece ter recobrado o caminho do acerto. Fred é Fred e não se precisa dizer mais nada. Percebam uma espinha dorsal vigorosa, deixando de fora nomes de contundidos ou recuperados como Valencia, Diguinho, Deco, Marcos Junio, Sóbis e Wellington Nem. Neves, mesmo não brilhando o esperado, tem lutado – foi um leão contra o Cruzeiro na quarta-feira passada. Ainda temos Digão, Ricardo Berna, Samuel. O Fluminense é galo de briga, com um elenco que poucos têm no futebol atual.
Estamos muito longe da perfeição, isso é claro. Agora, que o Fluminense é um potencial candidato ao título, só os muito míopes não percebem.
Vencer o Sport é mais um passo para terminarmos o turno com a autoridade de quem é um dos favoritos à glória de dezembro. Não se trata de empáfia, arrogância e megalomania, típicas de outros jardins. Questão de tabuada. E tabela. Tudo muito claro às vistas.
Paulo-Roberto Andel
@pauloandel
Panorama Tricolor/ FluNews
Visite também http://paulorobertoandel.blogspot.com.br
Imagem: blablagol.com.br
Contato: Vitor Franklin
Off: adivinha qual dos 20 clubes que disputam o brasileirão é o mais favorecido pela arbitragem segundo o site placar real?
Deve ser só coincidência…de novo.
Mera “coincidência”, Breno… mera….