O ano de 2013 não foi, até agora, bom para o Fluminense. Seguidos insucessos se sucederam após uma temporada brilhante em 2012, mesmo com a desclassificação inesperada na Libertadores. No ano passado o melhor goleiro da competição foi o nosso bom Cavalieri e o Fred foi o artilheiro e o craque do Brasileirão. Até a 37ª rodada do brasileiro éramos melhor em tudo: ataque mais positivo, defesa menos vazada, maior soma de pontos dos últimos anos, maior número de vitórias, apenas três derrotas em 35 jogos e tínhamos a chance de ser o recordista absoluto na era de pontos corridos.
Após aquele jogo contra o Palmeiras, em que nos sagramos campeões por antecipação, parece que inauguramos o nosso inferno astral. O relaxamento do time e dos dirigentes tomou lugar, deixando que a empáfia, o orgulho e a vaidade passassem a ser os conselheiros daqueles que fazem o dia a dia do Fluminense. A transfiguração foi monstruosa, tal como o conto do escocês e Robert Stevenson “O Médico e o Monstro”, que narra as transformações diabólicas de um homem bom e pacato (Mr. Hyde) em um ser assassino e perverso (Dr. Jekill).
A comparação é forte e exagerada, reconheço, mas a idéia é mesmo produzir um choque na forma como a mudança aconteceu no Fluminense em um curtíssimo espaço de tempo. Em menos de dois meses passamos de campeões brasileiros a desclassificados na Taça Rio, um campeonato de baixo nível técnico e que pouco exige dos grandes clubes cariocas para se classificarem para as finais dos dois turnos.
No final de 2012 o Fluminense era tido como um dos melhores times do país, jogava com consciência sabendo que a qualquer momento abateria o adversário, fosse quem fosse. Comentava-se nas mesas redondas que o Flu jogava com “precisão cirúrgica”, tal era a capacidade de marcar gols em momentos cruciais dos jogos, mesmo quando era dominado. Bastava um único ataque, um único vacilo do adversário, para que Fred e Cia não perdoassem.
Porém, ao se sagrar campeão brasileiro com tanta “facilidade” o Fluminense começou a tropeçar em sua própria vaidade, que parece ter permeado todo o clube, contaminando até jogadores medíocres como o Gum, o Leandro Euzébio e o Edinho, que provavelmente passaram a se considerar o supra-sumo do esporte.
Voltando ao jogo que deu o título brasileiro em 2012, a partir dele o Fluminense amargou seguidas derrota, começando pela série inaugurada no jogo contra o Cruzeiro, em que o Fluminense não ganha mais nenhum clássico. Perdemos para o Vasco na última rodada e saímos de férias. O título, as festas e as premiações nos cegaram. O nosso técnico, premiado como o melhor de 2012, parece ter esquecido sua competência e desarmou completamente o time em 2013. Mudou de esquema e continuou enaltecendo cabeças de bagre como os três citados. O time começou a mostrar suas deficiências técnicas e táticas. A arrogância e a prepotência, e não a falta de recursos, impediram que o Fluminense buscasse alguns nomes que poderiam dar melhor qualidade em certos setores, como o miolo da defesa e o meio de campo.
A partir daí sucederam-se uma série de equívocos a começar pelos dirigentes, cujo discurso mudou e o que antes poderia ser um projeto de conquista da América e passou a ser um arremedo de plano de subsistência apenas. Ao dizer que o maior investimento em 2013 seria a manutenção do plantel nosso presidente incorreu em um grave equívoco que determinou o nosso destino em 2013.
Ao contrário de buscar peças chaves, como um homem para o meio de campo para suprir as cada vez maiores ausências do Deco e a infeliz inoperância do Thiago Neves, optou por contratar o Rhayner, garoto voluntarioso e estabanado, que só faz sucesso no futebol pela dedicação exagerada nos jogos e a extrema vontade de acertar, a despeito da sua limitação técnica. O time, que já não contava com o Deco e o Thiago Neves, pirou muito, mantendo a horrorosa dupla de zaga, o cabeça de área (melhor seria cabeça de bagre) Edinho, o Rhayner na frente e apostando todas as fichas na “criatividade” do Wagner. Resultado: reduzimos a qualidade da saída de bola, expusemos nossa defesa, não criamos nada no meio de campo, não fazemos jogadas de linha de fundo e perdemos toda a nossa velocidade com a saída do Nem. Até o nosso bom goleiro passou a tomar frangos seguidos, ajudando a comprometer o time nos tristes jogos do tricolor.
O time se transformou para pior, e muito. Acumulamos três derrotas nos últimos quatro jogos. Hoje não conseguimos ganhar nem mais da Portuguesa. O nosso técnico parece perdido e só sabe treinar um única jogada, que se origina de bolas paradas para as cabeçadas dos nossos “craques”. Taticamente o time é uma lástima e os jogadores começam a dar sinais de desespero nas partidas, dada a incapacidade de o time marcar e evitar gols.
Não sei qual será o nosso futuro em 2013, não dá para esperar muito, caso não aconteçam mudanças radicais e um sacolejo geral que recoloque alguns jogadores de volta a sua dura realidade e os faça jogar dentro de seus limites, sem se acharem os craques que não são, para evitar que tentem fazer o que não sabem e comprometam o time como fez o Digão contra o Inter.
O Fluminense não pode voltar a oscilar ano para ano como vinha fazendo há muito tempo. É preciso manter certa regularidade para conquistar o padrão internacional que parece ter buscado nos últimos tempos.
Queremos que o nosso médico volte e que o monstro seja exorcizado para evitar que passemos o campeonato fazendo contas para não ser rebaixados, já que o sonho da Libertadores de 2014 parece estar escorrendo pelo ralo. Queremos o time de guerreiros de volta.
Jorge Dantas
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Bom dia a todos os Tetracolores. Pelo que ando lendo dos “grandes cronistas tricolores”, não precisamos de adversários para secar, pois eles já o fazem muito bem. Aliás, são todos “muito entendidos” de futebol. Provavelmente, são os mesmos que idolatravam o “grande” Marcão, que sequer sabia dar um passe de meio metro; e do Roni, que sequer sabia chutar a gol.
Hoje vivem dizendo que o Edinho é cabeça de bagre, quando, quem entende um mínimo de futebol vê que ele sabe jogar, o seu problema é a lentidão.
Com relação aos zagueiros do Fluzão, entendo que a marcação começa no ataque, como fez a Seleção nas Copas das Confederações. (E, mesmo assim, o tal Davi Luiz aprontou das suas). Até o nosso querido Fred ajudou na marcação, enquanto no Fluzão ele anda em campo. Ainda com relação aos zagueiros. Segundo os que “entendem” de futebol, eles não podem falhar, pois são malhados o tempo todo, mas se esquecem de malhar os atacantes que perdem bolas no ataque, ou os que perdem gols fáceis, como tem acontecido com o Sóbis e o Wagner.
Com relação ao Abel, todos os “entendidos”, no início do ano, o esculacharam, pedindo mudança no jogo “modorrento” que o Fluminense estava jogando. Acontece que o Fluzão ganhava jogando aquele jogo. Agora que houve mudança tática, e o time vem jogando bem, (mas, infelizmente tem perdido), todos ficam esculhachando o Abel. Ora, por favor, sejam coerentes nos seus comentários. ST Tetracolores.
Caro amigo. Como disse um colega do Panorama em sua crônica outro dia, as opiniões divergem, uns entendem mais que outros, uns são mais equilibrados, outros impacientes e por aí vai. A opinião deve ser livre e os sentimentos idem. Não há mesmo padrão, pois senão tudo ficaria sem graça, na mesmice.
Eu, particularmente, não tenho pretensão encerrar a verdade em um mero comentário de apenas um torcedor, que como você sofre e espera mais do time. De qualquer modo é bom ver que o que escrevemos desperta emoções nos leitores e é uma honra muito grande ser lido por pessoas como você, que contestam, criticam e têm a oportunidade de se expressar. O importante é torcermos juntos pelo bem do nosso tricolor. Um abraço e obrigado pela leitura.
Começaremos nossa recuparação em cima do fraquíssimo time dos padeiros……pode esperar o Time de Guerreiros vai acordar….eu acredito e voçê?
St
Esforço-me para acreditar, está no sangue tricolor. Vamo ver.