Começo o texto com uma observação: ele foi escrito antes do resultado do julgamento no STJD. Pretendo falar sobre algo atemporal. Seja lá qual for a decisão do tribunal, não alterará as questões que aqui serão debatidas.
Segunda-feira, Rio de Janeiro. O julgamento pelas escalações ilícitas de dois jogadores de Portuguesa e Flamengo toma conta dos noticiários de todo o país. Não é todo dia que se vê isso. A última vez que algo do tipo aconteceu na primeira divisão foi em 2010 quando Prudente perdeu pontos pelo mesmo ato. Vê-se que não é comum este tipo de erro acontecer, até porque os clubes e o tribunal lidam semanalmente com esse tipo de trâmite. Por isso me espanta o fato de acontecer em dose dupla em uma mesma rodada… que por acaso foi a última e, portanto ainda mais relevante, por seu caráter definitivo no campeonato.
Muito se discutiu sobre ética e moral desde que a denúncia foi feita pela CBF. A imprensa ficou em polvorosa debatendo questões jurídicas que estavam se sobrepondo aos resultados do campo e etc… O que se esqueceram de dizer é que escalar um jogador mesmo que seja no último minuto dos acréscimos é alterar a partida. Senão treinadores não os colocariam em campo. Se colocam, é porque querem alterar algo.
Quando em 2003 se estabeleceu o campeonato por pontos corridos, se discutia que ter finais dava mais emoção ao campeonato e que o novo formato faria o torcedor se entediar. Com o tempo fomos nos adaptando e percebemos que cada jogo deveria ser encarado como uma final. Os pontos da partida da primeira rodada tem o mesmo peso e valor que os da última. Essa teoria foi propagada pelos próprios jornalistas que viram nessa linha de pensamento uma forma de promover o espetáculo. Em alguns campeonatos inclusive colocaram clássicos regionais para as últimas rodadas, dando ainda mais importância às mesmas.
Então me pergunto: se o erro de escalação fosse na décima-rodada iriam falar tanto desse erro? Seria mais ético? Teria o aval da imprensa?
Não existe amistoso no campeonato brasileiro. Mesmo com o campeão definido, todas as rodadas devem ser tratadas com a mesma importância.
Essa discussão expõe as mazelas do país que vivemos. As regras aqui não foram criadas para serem cumpridas. Leis só valem até quando atendem os interesses dos poderosos, do quarto poder, dos grandes empresários, dos políticos. O jeitinho brasileiro é a única ética aceita.
Sendo assim vamos seguir fingindo que dormimos para não ceder lugar a idosos e deficientes nos transportes públicos. Paguemos propina aos PMs para não termos o carro multado. Vamos ser contratados por aquele parente que acabou de ser eleito vereador. Vamos impedir negros de andarem pelo elevador social. Vamos emitir notas frias, colocar dinheiro na cueca e viajar, beber, dirigir e olhar o twitter da Lei Seca para fugirmos da punição. Vamos usar carteira de estudante falsa para entrar em shows. Vamos dar “carteirada” para obtermos privilégios. Vamos xingar casais gays na rua. Quando acharmos uma carteira com dinheiro e documentos, vamos devolver só os documentos, alegando que já a achamos daquele jeito. Vamos estacionar em vagas de deficientes sem sermos. Vamos urinar na rua. Vamos usar o cartão de gratuidade daquela tia idosa para não pagarmos a passagem de ônibus.
Para quê regras? Viva o Brasil! A terra onde tudo que planta dá e tudo que é ilegal é permitido!
Segunda observação: Em nenhum momento toquei no nome do Fluminense. Ele não está envolvido no erro dos dois clubes citados. Então porque a imprensa tomou o tricolor como centro das atenções? Alguém pode me explicar?
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @nestoxavier
O Brasil tem essa fama no mundo inteiro. Por conta disso muitos de nós, que são honestos, sofrem com o preconceito ao chegar na Europa ou Estados Unidos. O jeitinho brasileiro tem que ser extinto!
Eles são honestíssimos, não são exploradores!
Adoram firmar parcerias do tipo “caracu”.
Em que entram com a ‘cara’ e parceiro dá o resto…
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Assista:
A Doutrina do Choque.
https://www.youtube.com/watch?v=ME-dKv2W9xU
Você não será mais o mesmo!!!
Hehehe…
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Ave Flu!
Perfeito Ernesto!
Texto nota 10. Vou copiar e colar!