E vamos de Dorival Júnior. Achei um pouco estranha a manutenção do Luxemburgo por tanto tempo. Acredito que, em qualquer outro clube, já teria saído, pelo menos, há duas rodadas. Era notória a antipatia de vários jogadores.
Não sei se Dorival Júnior vai resolver, mas não é hora de ficar pensando muito. É fechar os olhos e rezar, e torcer, rezar, torcer. Um olho no campo, outro na missa, outro na cruz, em qualquer mandinga que seja.
É preciso, de cara, reverter a atmosfera do time, a postura em campo. Quando vejo o Fluminense em campo, lembro-me mais dos negros anos 90 do que de 2009. Antes da arrancada histórica, o time caía pelas tabelas, mas percebia-se que os jogadores tentavam fazer a coisa funcionar. Nada dava certo, o time tomava um gol, dois, mas lutava. Agora, tal qual em 96, 97, 98, não vejo a vontade da vitória. Isso foi claríssimo no Fla x Flu e em Araraquara. Não que estejam entregando, mas sinto um certo conformismo.
Não sei a reação de outros, mas, em ambas as partidas, fiquei por muito tempo olhando a tela da TV. À cabeça, um turbilhão. Imagens imediatamente anteriores; outras, antigas; várias, de há muito tempo, até de jogos que assisti ao lado de meu pai, vieram.
Ele era otimista. Talvez, até hoje, ainda o seja. Às vezes, olho para o sofá e o imagino falando que vai dar certo. Algo como o que aconteceu lá em 1983, naquele Fla x Flu inesquecível. 40’, 41’, 42’, 43’, 44’, 45’ e ele repetindo, sempre que eu o encarava: “O Fluminense vai ganhar”. O tempo nos espremendo, ele, sereno, repetindo a frase, concretamente ou só no olhar.
Estamos numa situação similar. O fim está próximo. Às vezes, não olho para o sofá. Por medo. Medo de ele não estar mais lá.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @MauroJacome
Pré-revisão: Rosa Jácome
Imagem: http://www.globo.com
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Eu sou bem sincero, mauro: se não vencermos o náutico,
pede pra sair do campeonato, e fecha o clube pra balanço.
Se não vencermos eles, venceremos quem, então?!
ST4