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Observando o cenário assolador que faz-se presente desde o começo da pandemia de Covid-19 no Brasil, pudemos perceber o quanto o nosso país carece de empatia, prudência, respeito e sensatez em todos os aspectos. No futebol, claro, não é diferente: em todo o tempo, cogitou-se a volta do falido Campeonato Carioca e, para a alegria de quem tanto queria isso, ele retornou: nesta quinta-feira, a bola rolou para Bangu x Flamengo, no Maracanã, que acabou de completar o aniversário mais triste de sua história.

Durante todo o período onde foi recomendado o isolamento social – que ainda é vigente –, o Fluminense nos mostrou, mais uma vez que nós, tricolores, fizemos a escolha certa: torcemos para o clube o qual preza pela humanidade e, máxime, pela vida. Provou sua nobreza, juntamente ao Botafogo, porquanto até hoje repudiam a volta de um campeonato que outrora era o maior do país, mas que hoje pode ser colocado em segundo plano – quiçá em terceiro ou quarto – em virtude de todos os escândalos que aconteceram nestes últimos anos: roubos absurdos por meio de arbitragens tendenciosas em finais, semifinais e até mesmo em jogos que não valiam nada.

Tristemente, não dá pra levar mais a sério o Campeonato Carioca. Pelo o que ouço dos mais velhos, era uma competição cobiçada, mas sobretudo charmosa, nas épocas em que cabiam cem, duzentas mil pessoas no Maracanã. Os times eram fortes, as rivalidades eram mais sadias, em suma: eram outros tempos que, infelizmente, não vivi. Minha experiência com o Cariocão é a pior possível, afinal, passei a esquecê-lo de vez a partir da vergonhosa decisão da Taça Guanabara do ano passado. Aliás, na minha opinião, um dos grandes equívocos do Fluminense nos últimos anos foi escalar os jogadores principais em quase todos os jogos do Carioca. É preciso preparo para competições muito mais importantes – longas e cansativas, idem –, como Brasileirão, Copa do Brasil, Sul-Americana, etc.

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Portanto, nada que aí está me surpreende: o Carioca voltou, e com o Fluminense sendo ao contrário de toda essa imprudência – que merece muitos aplausos, tal qual o Botafogo. Os dois mantiveram uma conduta excelente no meio do caos, prezando pelo bem mais sagrado de todos: a vida. Mesmo que façam algo ruim ao Fluminense – rebaixando-o para a segunda divisão estadual – por ele ter lutado até o fim contra toda a sandice que se tem feito presente, nosso dever será de nos orgulhar ainda mais pelo que clube que torcemos.

Parabéns, Fluminense, por saber que não é hora de futebol. Sigamos na luta.

Saudações tricolores.

Panorama Tricolor

@credibilidade