O Fluminense ainda vai oscilar (por TTP)

A série invicta do Fluminense deixa apenas uma certeza: uma hora dessas, o time vai perder. E digo isso não como um mau agouro, mas sim, como uma constatação de fato evidente.

Nós não estamos aqui falando de um campeonato espanhol, onde Real Madrid e Barcelona conseguem o título, perdendo uma ou duas partidas. Estamos falando de Campeonato Brasileiro, tão equilibrado, que temos meia dúzia de campeões disputando a Série B atualmente.

Além da disputa do título da liga nacional, o Fluminense está bem encaminhado na Copa do Brasil. Venceu o primeiro duelo contra o Fortaleza, nos domínios do adversário, e conquistou uma vantagem importante.

Agora, precisamos entender um pequeno detalhe: a queda de rendimento no segundo tempo do jogo contra o Fortaleza.

Acumulando jogos sem perder (se não me falha a memória, a última derrota foi contra o Atlético Goianiense), atuando em ritmo alucinado, praticamente dominando os adversários em mais de 70% do tempo dos jogos, é evidente que o time vai esbarrar no tão esperado cansaço físico.

Alguns torcedores se irritam, a grande imprensa faz aquele bom e velho estardalhaço sobre o segundo tempo ruim. Tudo beira à histeria.

O que a maioria dos torcedores esquece, e grande parte da imprensa finge esquecer, é que todo mundo sabia que o Fluminense não tinha um bom elenco desde o início.

O Tricolor pode ter um bom time de 11 jogadores, talvez 13. Mas o resto do elenco é composto por jogadores que são bem limitados. Isso não é “torcer contra”, mas a realidade.

Vez ou outra, faço referências honrosas aos colunistas parceiros aqui da casa, e desta vez, vou citar o Edgard Freitas, sustentador da tese de que um bom elenco tem que ter pelo menos 18 jogadores de nível equivalente, mais alguns suplentes. Isso, o Fluminense não tem.

A nosso favor, pesa o fato de que nenhum outro time do futebol brasileiro tem um elenco composto desta forma. Talvez o plantel mais equilibrado seja o do Palmeiras, o que justifica sua superioridade no campeonato brasileiro. Mas mesmo este foi eliminado da Copa do Brasil, e não está livre de resultados ruins.

Qual a conclusão disso tudo?

Faço agora outras duas referências a amigos desta casa, Paulo-Roberto Andel e Marcelo Diniz. Eles sempre dizem: vamos comemorar, mas manter os pés no chão.

Cada vitória, seja jogando de forma “barcelonesca” ou conquistada à base de muito sofrimento e pitadas de sorte, é importante. Deve ser comemorada.

Erros devem ser apontados, críticas não podem e não devem ser silenciadas.

E uma muito provável derrota deve ser aceita de maneira natural, pois faz parte do futebol.

O que fica, é a certeza de que, mesmo com problemas que não devem ser ignorados, o atual Fluminense encanta uma grande parte dos comentaristas de futebol. E este encanto provoca ciúme e inveja em outra parte, que vai comemorar muito uma possível derrota.
Mas, ao ciumento e invejoso, só resta esta alternativa mesmo: vibrar com o tropeço do outro.

Que sejam felizes, ou ao menos tentem.

Abraços.