O Fluminense que eu pensei (por Paulo-Roberto Andel)

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Depois da meia-noite, um hamburger gigantesco num quarto de hotel em Taubaté. O caminho é esperar a generosidade da TV para que surjam os grandes lances da vitória do Fluminense sobre o Paysandu.

Ontem foi um dia longo que ainda não acabou. Cruz Vermelha, Galeão, Guarulhos, Carvalho Pinto, São José dos Campos. Na hora do jogo, eu lançava um livro com meu amigo Fabrício em Taubaté. Dezenas de pessoas simpáticas e generosas. O mais incrível é que muitas não eram Fluminense, Corinthians ou Cruzeiro, mas sim torcedores de outras equipes. Diante de um mundo pútrido, é um alento ter quem acredite no seu talento mesmo não torcendo para o seu time.

Alguém falava do jogo. A Izabel. A Marina. As pessoas simpáticas que pediam para tirar fotos, como se os escritores fossem estrelas do espetáculo da vida.

Marina gritou gol no Whatsapp. Cícero. Continuei autografando, pensando no Fluminense e vivendo a contradição admirável de uma grande sem o amor à vista, longe. Depois, o empate com cheiro de rua triste. Magno brigou de novo, mostrou porque merece respeito e o time avançou no placar.

Tive a chance de conversar com Seu Levi, que jogou com ninguém menos do que Zito. Ganhei um belo livro do Moacir sobre o clássico local: Taubaté versus São José. Belas garotas amigas do Fabrício, uma simpatia só. Evento de família. Pessoas conversando serenas e felizes.

Os acréscimos eram infinitos no Mangueirão. Pedimos vaca atolada e cervejas para comemorar. Fomos tratados como heróis da literatura e isso incomoda a muita gente. Dane-se.

Os gols ainda não passaram até esta linha. Trocar o canal e ver um escudo do Fluminense: Fernanda Montenegro no Amaury Jr. A Rede TV antes se confundiu: cravou o nome da banda como Marrom Five. É hora de dormir. A Dutra é barulhenta. Foi uma grande noite de autógrafos. O Fluminense venceu longe do meu olhar. Um dia de lutas vencidas. Só faltou mesmo o Seu Limão.

Ninguém deu um pio sobre o Flamengo. Ah, o nobre silêncio que fala mais alto do que mil impropérios. Meu amor não sofre, meu amor não sonha, não se fala mais de amor em Gothan City. A saída é a porta principal.

Mais Amaury Jr: as pessoas usam botox demais, uma cidade de Coringas milionários, um sorriso mais esticado do que o outro.

Do Armero, nada. Vida que segue. O Flu está classificado. Sorria pra chuchu.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: exulla