Após a sequência caótica que perdurou da goleada contra o River até a atuação desastrosa diante do São Paulo, o Fluminense se reergueu contra Internacional e Flamengo. Foram duas atuações convincentes e próximas daquilo que o time já conseguiu apresentar na temporada. O Tricolor ganhou do Inter com postura dominante e foi superior no clássico.
O que chamou atenção nesse renascimento da equipe de Diniz é também se valer de uma postura mais vertical como forma de atacar, principalmente com a entrada de Lelê no time. A variação não se restringe à mudança de esquema ao abrir mão do 4-2-3-1 para atuar no 4-4-2. O time, quando necessário, tem apresentado outra concepção associativa ao obter o domínio da bola.
Essa verticalidade tem agrupado jogadores mais distantes da saída, às costas das linhas de pressão adversárias que estão subindo para não deixar o Fluminense costurar tranquilo pelos lados. Nem todos ficam próximos da bola, como era a regra. No 4-4-2 e com Lelê, a saída tem sido alongada e os meias ficam mais adiantados para receber e acelerar. Tal exceção estratégica tem sido válida para estancar as mazelas da obviedade.
Contra o Coritiba, o Flu não terá Cano que está suspenso. Lelê será o provável substituto. Keno treinou no time titular e a única dúvida é com relação ao segundo volante. Lima e Martinelli disputam a última vaga no time, mas Martinelli possui mais chances de sair jogando. Diniz precisa que ele seja voluntarioso como foi contra o Inter, auxiliando Ganso na criação e subindo para ajudar no ataque a linha de defesa do adversário.
O técnico interino Thiago Kosloski deu nova roupagem tática ao Coxa nos três jogos que comandou no Brasileiro. Abriu mão do sistema com três zagueiros utilizado por Carlos Zago e seu time tem atuado no 4-2-3-1. O meia Marcelino Moreno aproxima muito do centroavante e os laterais fazem boas dobradinhas com os pontas. A baixa de última hora foi Alef Manga, envolvido na máfia das apostas. A notícia foi boa para o Flu.
O campo tático abaixo ilustra a provável postura ofensiva do Fluminense, com Martinelli (ou Lima) mais agudo na fase ofensiva. Marcelo e Árias vão buscar o meio para criar e auxiliar o corredor central. Já Keno e Samuel serão responsáveis pela amplitude e pela profundidade nas beiradas. O Tricolor vai iniciar à sua maneira, mas, como citado, possui exceção a sua regra que poderá ser utilizada caso haja necessidade.
Se quiser disputar o título, o Fluminense precisa engatar uma série de vitórias, algo que ainda não aconteceu nesse Brasileiro. Ano passado, o Tricolor engatou uma sequência de dez jogos sem perder, com sete vitórias (quatro seguidas) e três empates. Depois conseguiu outra sequência de sete jogos sem perder, com seis vitórias (cinco seguidas) e um empate. É isso que está faltando no Brasileiro deste ano.
A torcida espera que o time mantenha a intensidade, a pegada e o volume de jogo. Falta caprichar mais no terço final e parar de perder chances claras, como aconteceu no Flu-Fla. Após a oscilação e a queda, a receita é melhorar o desempenho a cada jogo para subir na tabela e chegar forte na Libertadores. Que vença o Flu com dominância e muitos gols. Salve o Tricolor!