O Flu no fio da navalha (por Felipe Fleury)

Nestes três meses de paralisação do futebol, o Fluminense foi um gigante, exemplo de conduta para os demais clubes brasileiros.

Foi responsável, humano e solidário, respeitou as diretrizes das autoridades sanitárias, preservando elenco e funcionários, manteve os contratos de trabalho, gesto que dignificou sua história e evitou a penúria de seus colaboradores mais humildes.

Além disso, criou campanhas para contribuir com nossos profissionais de saúde e ciência, vendendo ingressos para jogos reprisados na TV e para partidas sem a presença de público, em virtude da pandemia do Covid 19.

Bateu a marca de 30 mil sócios torcedores. Repatriou o ídolo, Fred.

Contou, evidentemente, com o inestimável apoio de seu torcedor.

No entanto, as duas primeiras partidas do campeonato carioca não foram o presente que a torcida merecia e esperava. O que se viu foi um time desarrumado e um treinador que, diante da inoperância de sua equipe, não propõe soluções – mesmo desde a pré-temporada no comando do Tricolor – que levem, no mínimo, a uma mudança de espírito de sua equipe.

Odair é o mais do mesmo. Contratado como a esperança de renovar a forma de jogar do Fluminense, mostrou-se igual à imensa maioria dos treinadores nacionais.

Depois de ser desclassificado bisonhamente da sul-americana e de ter sido derrotado na primeira partida pela Copa do Brasil, para o Figueirense, Odair caminha a passos largos para impor uma nova frustração ao torcedor Tricolor. Depois da pífia derrota para o Volta Redonda, facilitou a vida de nosso rival na busca de mais um título carioca.

O script deve ser o mesmo: Odair só será dispensado após uma eventual perda do título carioca. Quanto tempo perdido!

Agindo assim, a diretoria Tricolor põe em risco a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil e ainda iniciará o Brasileiro adaptando-se a um (também eventual) novo treinador.

Enquanto deu muitos passos certos fora de campo, o Fluminense ainda engatinha dentro dele. Nosso elenco não é o pior do Brasil, longe disso. Precisa, claro, de reforços pontuais, mas sobretudo de quem o organize e faça jogar um futebol moderno.

Um grande time deve começar por um grande treinador, custe o que custar. Trata-se de investimento, de cuidado e zelo que o clube deve ter para com o seu futebol e sua torcida. Chega de mesmice.

Panorama Tricolor

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