Amigos, amigas, em primeiro lugar, peço desculpas pela ausência da minha coluna nas horas subsequentes à vitória tricolor de quarta-feira sobre o Juventude. Caí na armadilha de esperar o desfecho de Atlético MG e Palmeiras, justamente pensando em abordar o tema desse artigo. Deu-se, então, que o Palmeiras venceu, para meu desconsolo, e o meu gás acabou antes que eu conseguisse redigir uma mísera linha que fosse.
Só agora a rotina me permitiu sentar à frente do computador para redigir essas linhas. Que pouco distam do que seria falado caso as houvesse redigido logo após a vitória palmeirense, na mesma quarta-feira em que goleamos o Juventude no Maracanã, com ótima atuação, embora, reforçando o óbvio, não se possa tomar tal partida como parâmetro. Embora deva registrar aqui que vi o Fluminense apresentar alternativas táticas interessantes, que facilitaram o caminho para a goleada sobre um adversário que deu muito mais trabalho, também atuando fora de casa, ao mesmo Palmeiras, não tem muito tempo.
Viradas de jogo e tramas mais verticais aconteceram em quantidade surpreendente, sempre com muita organização e eficiência. Devemos acompanhar o próximo jogo para conferir se isso é um plano ou se foi um acidente. O fato é que assumimos a vice-liderança, mas a distância para o líder continua em aparentemente intransponíveis nove pontos, agora a dez rodadas do desfecho do Campeonato Brasileiro.
Podemos sonhar? Podemos e devemos. Sonhar e desejar ardentemente.
Podemos acreditar? A minha visão é de que esse não é um verbo a ser conjugado nesse momento. Eu prefiro o verbo lutar. Lutar para ultrapassar dois obstáculos dificílimos: Atlético MG e Atlético GO. Duas partidas fora de casa em que o único verbo que pode ser conjugado é “vencer”. Enquanto isso, o Palmeiras, nosso rival nessa briga, enfrenta o Botafogo, na segunda, no Nilton Santos, e o Coritiba, em São Paulo. Qualquer tropeço nosso será o fim, exceto eles nos superem nisso, o que, sabemos, é muito difícil de acontecer.
Agora é rodada a rodada, mas sempre tendo em mente um bom trunfo que temos, que é o fato deles terem um compromisso contra o Inter, em Porto Alegre, na última rodada. Se chegarmos até lá na briga, nossas chances se tornam reais. Isso significa termos que tirar pelo menos seis pontos da vantagem que eles têm sobre nós nas próximas nove rodadas, o que, mais uma vez, nos obriga a não mais conjugarmos, até lá, outro verbo que não seja vencer.
A fé é muito mais objetiva do que subjetiva. Se podemos ter fé, é porque o Fluminense não chega a essa reta final da temporada como um dos protagonistas do futebol brasileiro por acaso. Fomos campeões do Flamengão e chegamos a uma semifinal de Copa do Brasil porque tivemos méritos, apesar de todos os erros e conjuntura de que temos falado exaustivamente, seja nessa coluna, seja nas dos colegas de Panorama e outros veículos, seja, enfim, nas nossas lives.
O Fluminense de Fernando Diniz, de Manoel, de Nino, André, Ganso, Martinelli, Árias, Cano, Matheus Martins, Samuel Xavier e Cia é, indubitavelmente, um dos melhores times do Brasil. Houvéssemos nos planejado para chegar a esse patamar desde o início da temporada, talvez estivéssemos hoje vivendo um momento ainda mais inspirador. Só que o passado não vai mudar, enquanto o futuro pode ser escrito.
Estarei, daqui a pouco, postado apaixonadamente em frente a telinha, torcendo como sempre, que é, aliás, o que de melhor podemos fazer no momento.
Saudações Tricolores!