O finado futebol brasileiro (por Thiago Muniz)

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Meu caro(a) amigo(a) tricolor,

Era uma vez um país que idolatrava o seu futebol mais até do que os grandes educadores.

Um país que conduzia os enredos das Copas do Mundo com muito romantismo, ternura e clamor; onde o complexo de vira-latas adormeceu com a Copa de 1958, não esquecendo da condenação perpétua dos gigantes brasileiros da maldição do Maracanazo, a lembrar com carinho de Barbosa, que sofreu durante sua vida toda o peso do sarrafo de um país apaixonado pelo esporte.

Pois bem: a Copa de 1962 chegou, o gênio Garrincha despontou e se despediu ao mesmo tempo do mundo do futebol, a Copa de 1970 consagrou Pelé, um supertime e, infelizmente, as estrelas dos generais sob a batuta dos comandantes da fatídica CBD.

Depois de 1970, o Brasil mudou muito. Levou mais 15 anos para retomar a redemocratização, outros quatro para eleições diretas, mais três  frente para o primeiro impeachment de um presidente e, enfim, outros dois anos para ganhar uma Copa do Mundo.

Um ano quente o de 1994, com as perdas irreparáveis de Ayrton Senna e Mussum por exemplo, com Mandela assumindo a presidência da África do Sul, com o surgimento de uma nova moeda no Brasil dentre as muitas que já surgiram, mas com a cobiçada taça de volta para a nação.

Muitas alegrias, algumas perdas e conquistas, mas porque finado?

Porque administrativamente, o futebol brasileiro continua arcaico, viciado, corrupto e retrógrado. A gestão nacional continua nas cavernas da ditadura: não se pode comentar, criticar e discutir que sempre há sanções negativas.

Uma confederação brasileira que até pouco tempo tinha um presidente que resolveu abrir mão de seu cargo porque sentiu o cheiro de chorume nas entranhas dos contratos suspeitos, um ex-presidente que continua preso na Suíça e fazendo novenas diárias pedindo clemência para voltar ao Brasil e o atual presidente que simplesmente abandonou a sua agenda como tal, porque o seu rabo começou a ficar preso e fedendo mais que qualquer rio que deságua na Baía de Guanabara.

Mensalão no futebol? Isso é antigo…

Primeira eleição de Mr. Havelange na FIFA em 1974…

O futebol brasileiro evoluiu? Nem um pouco.

O pior é que a grande massa técnica e conservadora acha que o Brasil é o melhor do mundo. Poucos já caíram na realidade e sabem muito bem que não é isso.

Além de não evoluir, perdeu a sua essência e não perdeu a arrogância.

Há algum programa unificado profissional sem cunho político para jovens talentos? Não.

Há um banco de dados fisiológicos, técnicos e profissionais unificado? Não.

O grosso do futebol no Brasil é cunho político, jogo de interesses, troca de favores. Por isso morreu e nem evoluiu.

O 7 a 1 da Alemanha foi pouco!

Tapa na cara nos que administram o futebol brasileiro. Caíram na mesmice e mataram a galinha dos ovos de ouro. E isso não é uma teoria minha, os números dizem por si só.

Se a ladeira continuar, a Copa de 2018 poderá não ter a Seleção Brasileira, com os diretos de transmissão caindo no colo da Rede Manchete…

Epa! Mas a Rede Manchete não morreu?

Sim. Do mesmo jeito que a cúpula do finado futebol brasileiro.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: tm

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