CONVERSA DE BAR
Um dos grandes baratos de ser um escritor é que isso proporciona pequenas viagens e experiências humanas ótimas. Tenho vivido isso nos últimos anos e especialmente por causa do futebol.
No sábado passado, estive em Nova Friburgo para o lançamento do meu novo livro. Não ia lá há anos, mais de dez. Mas logo me senti em casa quando passei pela velha fábrica da Ypu.
Bar América, 73 anos de bons serviços prestados à causa dos bebuns. Iguarias alucinantes e uma feijoada que é um edredom de êxtases. Tricolores por todos os lados. E pensar que um deles era o presidente Ângelo Chaves. Sem contar o calor humano, a fraternidade, a gratidão que as pessoas sentem por você viajar cento e tantos quilômetros para vê-las.
À mesa, amar o Fluminense era muito mais do que só dar a cara nas vitórias – segundo um baluarte tricolor, o amor dos nossos torcedores de mais longe é puro, gratuito, sem esperar contrapartidas.
Falamos por horas, bebemos infindáveis chopes, vendi uns livrinhos, dei outros e no bar não havia espaço para vaidades, sede de poder e politicagem, que não deve ser confundida com política.
Então você fala dos jogadores dos quais ninguém mais lembra, dos miseráveis esquecidos, dos gigantes humildes, dos prepotentes perdidos pelo caminho e todos lembramos que a vida é breve, sem tempo para mágoas mas também sem investimentos em charlatanismo intelectual, empáfia oca, autopromoção e outras bobagens que só encontram eco em raciocínios rasteiros.
Alguém pega o meu livro, lê a contracapa e mostra o braço arrepiado. Não sei o que dizer.
A torcida Fluburgo, 40 anos de atividade, fantástica.
Um outro amigo, advogado, defende a jurisprudência em que todo tricolor merece perdão de outro tricolor por seus erros. Rimos a valer, ele ficou seríssimo. E brindamos. E agradecemos pela chance de estarmos todos juntos celebrando o Fluminense, todos muitos distantes dos podres poderes ou da força da grana que ergue e destrói coisas belas.
Meu amigo Kaiky pediu um autógrafo e disse que gosta do Gum – eu também gostava antes dele ser cabo eleitoral em Saramandaia. Me deu um abraço também. Tem seis aninhos. Foi o máximo.
Naturalmente vou voltar, Marina e Ernesto também. Ficaremos um dia inteiro rindo, bebendo, comendo, celebrando a vida, o amor e essas três cores que já me fizeram escrever uma lista telefônica inteira.
A turma te abraça como se te conhecesse há cem anos. Isso sim é Fluminense.
O resto? Uma bobagem.
O FLUMINENSE QUE EU VIVI
Na próxima quinta-feira lanço meu sétimo livro no Rio de Janeiro. Dia 22, a partir das 18 horas, na Delicatessen O Sabor do Queijo, a popular “lojinha” do querido Arthur Fortes, o Tuca.
Houve quem me perguntasse porque não fiz o evento numa livraria. A explicação é simples: em todos os meus lançamentos anteriores, o Arthur sempre chegava no apagar das luzes, vindo do trabalho. Nada mais justo que, desta vez, ele ser privilegiado – já está com o livro, aliás.
“O Fluminense que eu vivi” é a minha memória afetiva. Fala de um montão de coisas: boas, difíceis, emocionantes. Lembra gente eterna e gente esquecida.
É o mais ousado de meus livros, pela concepção, tipografia, poesia e estilo. Não se parece com nenhum outro trabalho meu, nem com o dos colegas escritores tricolores.
Rua General Polidoro, 58. Pagamento em espécie. Todo tricolor de bem terá desconto no preço e para compra de mais de um exemplar. A tiragem disponível para o Rio é de 80 exemplares, não deve ter reimpressão e para por aí. É um livro para poucos, os melhores.
Ter a tua presença no lançamento será maneiro. Obrigado por tudo. Depois o livro segue para São Paulo e Brasília. Também levarei alguns exemplares do inédito “2014 – O espírito da Copa”. Todo mundo na lojinha!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @pauloandel
Imagem: exulla/pra
Valeu!
Quando e onde será o lançamento em Brasília? Quero muito comprar o livro.
Ola, Vera. Será no bar Estação 102, no dia 21/11, de 12 às 15 horas.