Nunca fomos tão tricolores (por Thiago Muniz)

NUNCA FOMOS TÃO TRICOLORES

“Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas” (Heinrich Heine, poeta alemão, 1797-1856)

A atitude de torcer não é somente um ato de aplaudir, não é ser chapa branca das circunstâncias e simplesmente tapar os olhos dos fatos. Ser torcedor também é criticar, com embasamentos fundamentais para um debate.

É por isso que o PANORAMA TRICOLOR, através do meu editor Paulo-Roberto Andel, que pude ter a honra de participar com alguns parágrafos do livro “Nunca fomos tão Tricolores”, lançado nesta semana. Livro este que, assim que foi disponibilizado nas redes sociais e seu PDF gratuito espalhado via internet, teve o site oficial do PANORAMA derrubado por ataque cibernético criminoso.

Isso me lembrou o dia 10 de maio de 1933, onde foram queimadas em praça pública, em várias cidades da Alemanha, as obras de escritores alemães inconvenientes ao regime nazista. Hitler e seus comparsas pretendiam uma “limpeza” da literatura. Em um ato simbólico de envergadura profética, estudantes universitários atearam fogo em mais de 25.000 livros por eles considerados “não alemães”, pressagiando uma era de censura política e de controle cultural nazista sobre toda a população. A queima de livros, vista numa perspectiva de longa duração, correspondia a uma espécie de ato ritual, geralmente praticado em locais públicos para assim ganhar um caráter exemplar.

Não foi mera coincidência o ataque ao site do PANORAMA assim que foi lançado o livro. Se você, leitor e torcedor, quiser saber a atual realidade do Fluminense Football Club através de fatos e argumentos, leia a versão em PDF e, em breve, lançaremos a versão física, para ratificar o quanto nós alertamos as mazelas e sangramentos financeiros diariamente em nosso site.

Naquele maio de 1933, foram queimadas em praça pública, em várias cidades da Alemanha, as obras de escritores alemães inconvenientes ao regime. Hitler e seus comparsas pretendiam uma “limpeza” da literatura. Mais ou menos parecido o que aconteceu no PANORAMA TRICOLOR. Tentaram nos calar na base do porrete, mas os idiotas não vão nos calar.

Num país onde muitos relativizam as maiores barbaridades, a tentativa criminosa de silenciar vozes contrárias parece comum e corriqueira, mas não é o caso.

Não ficaremos calados diante de imbecis e veneráveis querendo se apropriar do Fluminense e de sua história.

Término esssa crônica com um poema de Fernando Pessoa, chamado “O rei reside em segredo”:

“O rei reside em segredo
No governar da Nação,
Que é um realismo com medo
Chama-se nação ao Rei
E tudo isto é Rei-Nação.

A República pragmática
Que hoje temos já não é
A meretriz democrática.
Como deixou de ser pública
Agora é somente Ré.”

Não nos calaremos com a tentativa torpe frustrada da focinheira estúpida.

Saudações Tricolores.