Quem gosta de futebol e de jogos de computador, especialmente os de estratégia, lembra do jogo de gestão de clubes de origem portuguesa Elifoot.

Precursor do Championship Manager, ele simulava uma carreira de técnico ao estilo europeu, gerindo o time e o clube. Só que a primeira versão, muito simples, tinha uma distorção terrível: os jogadores não tinham idade e jogavam para sempre. Às vezes parece que parte da torcida do Fluminense nas redes sociais vive numa realidade assim. Ok, sentir saudades dos times campeões brasileiros e daquela base de jogadores é perfeito, mas sete anos se passaram.

O fato é que esse discurso ganhou a eleição no sábado passado, mas a nova gestão tem de ir além dos ídolos: muitos não são tão bons, outros são muito caros. Com equilíbrio, trazer um ou dois desses pode até ajudar no marketing; mais do que isso trazer é afundar o clube de vez numa folha irreal.

Até porque o nosso time atual é bom e principalmente bem treinado. Observem que jogadores que causavam pânico na torcida, caso de Frazan, jogam com tranquilidade contra o caríssimo ataque do Flamengo. Peças são improvisadas e parecem veteranos de onde estão jogando. Isso é esquema fixado pelo grupo como um todo, é muito trabalho. Se faltou treinar pênaltis para a semana passada, provavelmente foi por falta de tempo.

Assim sendo, soou cada vez mais despropositada a ameaça pouco velada do Celso Barros ao nosso técnico Diniz. Quem baseia análise exclusivamente em resultados ou não vê futebol direito ou não desceu do palanque. Se quer gerir direito, tem de fazer isso rápido.

Acredito no conhecimento dele, mas tenho dúvidas de como se comportará com severa restrição orçamentaria. Saberemos em breve, mas para mim o óbvio no momento é tentar manter esse elenco ao máximo e fazer reforços pontuais, especialmente um goleiro. Um veterano ídolo da torcida que gere festa no aeroporto e barre alguém do meio para a frente é quase certo de que só atrapalhará. Perder titulares, idem.

Estamos de olho. ST.

Panorama Tricolor

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