Se a vitória sobre o modesto e respeitável Águia deixou dúvidas naturais, a atuação de ontem sobre o Volta Redonda ajudou a diminuir alguns questionamentos.
Imagine como é bom ser um garotinho tricolor de dez ou doze anos de idade nesta segunda de Carnaval. O Fluminense teve uma semana de Máquina, impiedosa, não deixou pedra sobre pedra e construiu um balaio de gols. Isso é importante porque os jovens tricolores precisam ter o costume do protagonismo, da grandeza do clube.
Claro, a realidade adulta aponta que a vida não é um mar de rosas, mas não há como desconsiderar o futebol monstruoso de Jhon Arias. Que Cano já adentra a história como um artilheiro centenário e campeão. Que Martinelli está – mais uma vez – jogando o fino. E até Mano Menezes, merecidamente criticado pela anemia ofensiva, está na crista da onda. Longe de ser um time perfeito, o Fluminense mostrou arranque na hora decisiva.
É importante celebrar a garra de Canobbio, boa contratação de custo bastante elevado. Sua garra e atitude empolgam o time e a torcida.
Depois de um início de temporada pífio, o Flu parece ter reagido a tempo e, com enorme probabilidade, estará na final carioca. É um recomeço. Que o início dessa nova estrada não seja sabotado pela gestão estapafúrdia do clube – sim, ela existe mesmo quando o time indica que vai bem. E como o tempo não para, na quarta já tem o Caxias pela Copa do Brasil.
Os garotinhos cantam “Nenseee” por todo lado.
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A vitória avassaladora de “Ainda estou aqui” no Oscar é finalmente o reconhecimento do Brasil no topo das premiações de cinema.
Para variar, está o Fluminense ligado para sempre à sétima arte. Basta falar de três nomes gloriosos na história do cinema nacional: Nelson Rodrigues, Mário Carneiro e Paulo Cezar Saraceni.
Um dia esse dia iria chegar. Enquanto ele demorou, nós sempre estivemos aqui com um cinema que merece respeito e apreço por sua qualidade, só desprezada por certa ignorância. Finalmente chegou, denunciando mazelas que ainda temos: a ditadura destruiu milhares de famílias, incluindo a minha. Mas o Fluminense é poesia, é Cartola: “o sol nascerá”. E ele brilha mesmo com certo nublado.
Viva o cinema do Brasil!