O slogan da empresa de cartões de crédito todos já conhecem. Uma coisa interessante de frases, chamadas, títulos, enfim, textos publicitários é que partir de certo momento já não se sabe mais se foram incorporados ao dia a dia das pessoas ou se foram retirados de jargões populares. Fica uma coisa meio que “Quem nasceu antes? O ovo ou a galinha?”, ou melhor: “Tostines é mais fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é mais fresquinho?”.

Mas tudo bem, não estamos aqui para discutir a publicidade e seus impactos na sociedade. Seja um slogan ou um jargão, o que o Cavalieri fez no domingo não tem preço. Simples assim. Sei que alguns – como meu amigo e companheiro de Panorama, Walace Cestari – não gostam de intitular jogadores como ídolos, devido à própria etimologia da palavra. Mas a partir do momento que, não apenas jogadores, mas qualquer pessoa transcende sua área de atuação, fazendo algo bom, o título é mais que merecido.

Vocês provavelmente devem ter visto diversas matérias sobre o ocorrido e até já devem ter lido a crônica do grande Lennon Pereira publicada ontem aqui no Panorama Tricolor, mas quero relembrar o caso. A menina Letícia de São Gonçalo-RJ foi ao Maracanã com o pai e levou um cartaz com os seguintes dizeres: Diego Cavalieri seja meu Papai Noel! Quero sua camisa. Teoricamente, era mais um cartaz nas mãos de mais alguém na torcida. Porém, nosso “homem de gelo” viu e decidiu não ignorar a mensagem. Ao fim do jogo, foi até a menina, pegou-a no colo e entregou sua camisa. As lágrimas de alegria da Letícia emocionaram toda a torcida.

Comemorar um gol, uma vitória, um título é algo que se espera do futebol. Sorrisos, risos, alegria, suor, lágrimas e tristeza fazem parte do metiê. Mas um “ponto fora da curva” assim é sempre de encher os olhos. Cavalieri poderia não ter visto, poderia ter visto e ignorado. Sim, poderia, mas não o fez. Optou por realizar o desejo da jovem torcedora. Um gesto bem pequeno, mas que ocupará um espaço gigante no seu coração. Assim como no dela.

É claro que foi em outra proporção e situação, mas não podemos esquecer que ano passado, Fred realizou o desejo da Joyce, portadora de câncer, de conhecê-lo e em 2011, realizou o da Maria Clara, pequena deficiente visual. De tempos em tempos, ações assim são realizadas por praticantes de diversos esportes e artistas.

Aliás, ações assim são praticadas por muitas pessoas comuns todos os dias. Apenas não ganham espaço na mídia. Quer um jeito fácil de fazer uma “Letícia” chorar de alegria? Adote uma cartinha para o Papai Noel na agência dos Correios mais próxima. Isso, pode ter certeza, não tem preço.

ST!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

Foto: Nelson Perez / Fluminense F.C.

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